segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Uma certa mentalidade

Este é o Walt Disney Hall onde Mariza vai actuar com palco desenhado por Frank Ghery. Dizia Mariza, numa entrevista recente, que Frank Gehry ficou apaixonado por Lisboa. Por isso, vão trabalhar juntos numa união que muito vai promover a Cultura Portuguesa. Mariza entende, Gehry entende. Em Lisboa, está feito o Casino. Entende-se. O Parque Mayer pode esperar.Se não fosse uma certa maneira de fazer política, estavam a esta hora a dizer ainda melhor do que já dizem do túnel do Marquês. Quem perde é Lisboa, são os artistas, é o público, é o turismo. É tudo, ao fim e ao cabo, uma questão de mentalidade.

A propósito do túnel do Marquês, aproveito para desfazer uma das maiores falsidades que se tentou propalar nos últimos tempos, quando viram o sucesso que foi, e é, essa obra. NENHUMA, repito, NENHUMA alteração foi feita no projecto e na obra, nomeadamente em termos de segurança, na sequência das posições do Vereador do Bloco de Esquerda. Sabem-no todos os que participaram nas reuniões da Comissão de acompanhamento da Obra do Túnel do Marquês: Vereadores, Directores Municipais e de Departamento da Cãmara, projectistas, consultores, empreiteiros, membros do gabinete de obra. É também uma questão de mentalidade: alguns, quando "entopem" com a realidade só usam a falta á verdade. e este sábado, no Expresso, um articulista, certamente mal informado, faltou várias vezes.

Também por causa de mentalidade, falemos um pouco de Desporto. A propósito do Porto -Sporting do passado Domingo, porque será que muitas equipas portuguesas só se "soltam" e começam a jogar o que sabem, depois de estarem a perder? Serão ordens? Mas, então, há muita gente a dar ordens dessas!...
E, já que estamos no tema, já repararam como Nani chegou a Manchester e se impôs, como dificilmente se podia esperar pelos assobios que ouvia cá e pelas criticas que eram ditas e escritas sobre as suas exibições? Pode ser que não mantenha o ritmo, o que seria bem natural, num jogador de quem se dizia, já em Inglaterra, que esta época não seria titular. Mas como explicar essa diferença de aceitação da parte do público, dos técnicos, da crítica? O que entusiasma lá, na Liga Inglesa, cá ,não chega para contentar?

É tão antiga esta mentalidade, em Portugal, de só se apreciar quem está fora ou veio de fora. E nem sempre, como se viu com Gehry, não desde o anúncio da sua possível contratação, mas mais tarde. Só que aí as razões foram outras. As tais, de uma certa maneira de fazer política.