segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

As qualidades dos adversários( e dos outros).

Compreendo que haja quem estranhe. Mas eu sou assim. Sempre tenho dito que José Sócrates tem capacidade de decisão. Só que discordo do sentido de muitas das suas decisões. Cada vaz mais castigam os mais fracos e cada vez mais vergam perante os mais fortes. Disse-o nesta entrevista, como jáo disse várias vezes. Só que desta vez resolveram pôr em destaque isolado uma parte. Respeito a opção e não me importo.

Por exemplo, Guterres, um homem bem inteligente, tinha mais dificuldade em decidir. Como o próprio dizia, prefere o diálogo. Pode-se perguntar: o que é melhor? Alguém que decide mal ou alguém que não decide? Por mim, prefiro que as pessoas tomem decisões, excepto as que causam efeitos graves como, por exemplo, as de encerrar maternidades, urgências e centros de saúde. Mas sei reconhecer a capacidade de decidir. Quando José Sócrates decidiu a posição do Estado na Opa da PT, teve capacidade de definir um caminho sabendo as suas consequências.
Infelizmente, quanto mais se aproximam as eleições, mais essa capacidade se irá esfumar. O que faz lembrar as decisões de José Sócrates contra as suas promessas eleitorais. De qualquer modo, repito, aprecio a capacidade de tomar decisões. Mesmo nos meus adversários. E noutras pessoas de quem não tenho estado próximo. Será estranho reconhecer grandes qualidades ao Presidente da república, apesar dessa distância? E, ao contrário de outros, não o estou a comparar a José Sócrates.
Por mim, prefiro ser bem diferente de José Sócrates, que só vê defeitos nos seus adversários. Quando lhe ganharmos, no próximo ano, será também por sermos bem diferentes dele.
Luís Filipe Menezes também o é.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Espécie de democracia-III

Em Portugal cada vez mais uns podem dizer e os outros não. Cada vez mais uns fazem e os outros pedem licença. Cada vez mais o poder ameaça e quem não é poder, pelo menos, disfarça.
São impressionantes as campanhas que se fazem em Portugal. Para dar só um exemplo dos "ambientes" que se criam, recorde-se o que se escreveu e se disse sobre a gestão da Universidade Moderna: já ia em carne branca, lavagem de capitais, tráfico de droga e de armas. Depois não foi nada disso. Os nomes de Paulo Portas, muito, e o meu , pouco (ainda por cima só tinha entrado um mês antes de rebentar o escândalo), lá apareceram em destaque. Um Director de jornal semanário chegou a escrever que os dois éramos os representantes de uma rede europeia desse tipo de actividades. Lembro-me que falei na mesma manhã para a então Direcção da Polícia Judiciária, perguntando se não me interrogavam. Há anos que é assim: de cada vez que algumas pessoas levantam a cabeça ou a põem de fora, lá vem o tiroteio.
Não sei se não querem fazer um decreto - lei impedindo aqueles que detestam de ter intervenção política. Estará mais de acordo com o tipo de regime para que vamos caminhando. Um regime cheio de juízes que não o são, cheio de avaliadores sem formação ou sem autoridade. cheio de pregadores sem moral.
Aliás, o sistema decreta os seus excomungados. Ainda ontem lia num jornal um conjunto de individualidades a garantirem que davam grandes classificações a José Sócrates só por se lembrarem de Durão Barroso ou de mim. Mas quem são vários deles? Quem representam? O que já fizeram pelos outros?
Depois, cada vez mais também julgam situações e pedem responsabilidades. Eles, que poucas ou nenhumas tiveram, a não ser cuidarem de si próprios. Escrevem pedindo consequências das histórias que inventam, manipulam ou adulteram. Para tapar outras ou para conseguirem dar de beber às suas raivas. Pedem inquéritos, resultados, acusações. Depois estranham quando vêm ganhar eleições nacionais ou nos partidos aqueles que queriam afastar. E resmungam quando a Justiça verdadeira não acusa os envolvidos nos processos que eles criam pelos seus ódios. Pensam que ninguém percebe as sequências temporais, que ninguém tem memória dos seus trajectos, que ninguém sabe dos seus laços de afecto de grupo, de agência, de tertúlia. Falam de incompatibilidades mas esquecem o que se passa por perto. Fazem análises mas esquecem pareceres. Disfarçam factos mas às vezes, acabam por ter de responder à realidade. São assim os que querem mandar, e têm mandado, nesta espécie de democracia.

Espécie de democracia-II

A democracia portuguesa tem este problema. Sempre, sempre , em cada momento, considera que os líderes do PPD/PSD não prestam. Alguns, depois de saírem, passaram a ser melhores. Depois de morrerem, como Francisco Sá Carneiro, num plano, e Carlos da Mota Pinto, noutro. Ou por terem poder para distribuir, como Francisco Pinto Balsemão, num plano e Rui Machete, noutro. Todos eles, incluindo Aníbal Cavaco Silva, num plano e Fernando Nogueira, noutro, para além Marcelo Rebelo de Sousa e de Durão Barroso num certo plano e de mim noutro, fomos sempre contestados. A única excepção foi Luís Marques Mendes e não vou comentar.
Já os líderes do PS, esses, sempre foram esperançosos, competentes e promissores. Talvez com a excepção de Ferro Rodrigues e, mesmo assim, nem em todos os sectores do seu partido. Mário Soares, Vítor Constâncio,Jorge Sampaio, António Guterres, José Sócrates, por uma razão ou por outra, foram sempre estimados, encorajados e apreciados. É assim, esta espécie de democracia.

Democracias!...





























Uma espécie de Democracia

É, sem dúvida, uma espécie de Democracia!!!! Deve ser o único país da Europa em que se lê toda a Imprensa e não há um único jornal com linha editorial e com opinião próximas da Oposição. Já outro dia, na segunda-feira, a entrevista ao Primeiro- Ministro e o debate que se seguiu na Sic- Notícias ( com a excepção corajosa de Luís Delgado) pareciam o tempo da "outra senhora". Como dizia um amigo meu, até enjoava.
Domingo à noite fui entrevistado no jornal da noite da Sic de uma maneira que levou muitas pessoas a ligarem-me indignadas, perguntando-me qual a razão de a jornalista ser tão agressiva comigo... Respondi que não sabia e não sei. Mas é só comparar o tom com o da entrevista ao Primeiro- Ministro!...
É que, ao menos, na imprensa de fim- de - semana, um artigosito a ser compreensivo. Mário Ramires fala desse tom inaceitável da conversa com o Primeiro - Ministro. Parecia que estavam numa esplanada na baía de Luanda. Hoje em dia já leio mais o ABC e o El País para poder saborear o pluralismo, o choque de opiniões. Qualquer um reconhece que o Público e o Diário de Notícias são bons jornais e que procuram o equilíbrio. mas se houvesse alguém com a preocupação de ser justo com Luís Filipe Menezes como, por exemplo, eu tento ser com José Sócrates na minha entrevista ao DN e à TSF, já não era nada mau. E eu não sou jornalista!
Sinceramente, é demais: é uma espécie de Democracia.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

As cheias

No dia das recentes cheias em Lisboa,alguns Túneis ficaram alagados,"entupiram" e o trânsito foi impedido de neles circular. Então e o Túnel do Marquês não alagou, não "entupiu", não teve o trânsito cortado? Tão perigoso, tão perigoso. O que ouvimos durante anos, Santa Maria! Pode acontecer sempre em qualquer via mas, convenhamos: devia ter sido logo à primeira.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

SEM MAIS COMENTÀRIOS

Quem quiser, quem puder, só para início, confira as páginas centrais do Expresso de hoje: Pedro Almeida, actualmente Assessor do Presidente da República e Secretário de Estado do Turismo do Governo de Durão Barroso, não mente nas suas declarações (o que não significa que os outros tenham mentido).Mas assume um compromisso e é o único cujas declarações não têm destaque com fotografia. Para perceber porquê, basta conferir o conteúdo do que diz.

LISBOA




Notas Breves

1- A correcção de erros nas perguntas da sondagem levou a que tivesse de ser reiiniciada. Quando foi interrompida, cada um dos candidatos tinha 3 votos para além dos que apareçam agora registados.

Agradeço a chamada de atenção para os referidos erros devidos, certamente, à hora tardia a que foi colocada a sondagem.

2-Hoje até ofensas publico. Graças a Deus, são raras, muito raras. Mas depois explico.

Eleições Americanas-I

Jonh McCain deu hoje uma excelente entrevista à CNN, no programa de Larry King. Sem dúvida que a segurança que transmite será muito importante, na hora do voto, para muitos Americanos. Se for Barak Obama o Democrata escolhido, será um impressionante contraste. O que McCain representa tenderá a aparecer cada vez mais em muito diferentes paragens. Se for Hillary Clinton, as diferenças, a todos os níveis, serão muito mais ténues.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Ideias falsas

Agora que Correia de Campos saiu, está a ser criada a ideia de que foi uma pena porque a politica até estaria certa, nomeadamente a gestão financeira do Serviço Nacional de Saúde. Ah, é verdade, e que o seu único mal seria a comunicação.
Quero dizer, de modo muito claro, que estou em completo desacordo com essa ideia. A politica era, e é (pois calculo que seja a do Governo), um erro crasso. Um verdadeiro atentado contra os interesses do País. É precisa firmeza para não se embarcar nestas ondas do politicamente correcto. E quem fala nos progressos financeiros certamente que não leu o relatório da auditoria do Tribunal de contas ao S.N.S.. E também não deve conhecer as dívidas actuais aos laboratórios e às farmácias. É que para analisar a evolução, é preciso comparar realidades comparáveis e, por isso, incluir nas contas as várias unidades hospitalares que passaram a EPEs.
Coragem reformadora é fechar Maternidades, SAPS e urgências? Para já não falar em socialismo.
Para diminuir o peso do Estado, há muito onde ir, sem ser aos que menos têm e mais precisam.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Notas para variar

1-Ouvi o treinador do Sporting reagir a assobios por causa de uma substituição. Devo dizer que compreendo que diga que está cansado dessa estranha forma de se apoiar uma equipa. Oiço pouco esse género de declarações, mas nestas reparei pelo título da notícia;
2- Essa declaração em concreto penso que foi no final de um jogo, mas não há ninguém que acabe com aquela mania das chamadas conferências de Imprensa, a meio da semana e antes dos jogos, em que treinadores e jogadores dizem sempre as mesmas coisas?... E, já agora, com as imagens dos treinos. Poupem - nos! É que não interessam nada.
3- Já agora, por estupidezes: que idiota que é aquele anúncio das pilhas que está a passar, pelo menos, nas televisões. No mínimo, que falta de gosto.