Foi interessante o debate de ontem, no Prós e Contras, sobre a nova terceira travessia do Tejo. Não vi tudo, mas vi uma boa parte. Houve alguns argumentos convincentes, de parte a parte, no meio de algumas posições que pareceram menos sustentadas. De qualquer modo, é óbvio que não há dogmas nem soluções perfeitas.
Foi interessante ouvir as objecções colocadas à projecção feita por arquitectos paisagistas numa linha de explicação pela equipa que tem trabalhado nesta hipótese Chelas - Barreiro. Como o foi constatar a anunciada convergência dos Autarcas da Margem Sul. As posições dos defensores da hipótese Beato - Montijo mostraram nas suas intervenções que estão mais atrasados nos seus trabalhos, o que se justifica por, como foi dito, terem começado muito mais tarde,
De qualquer modo, faz impressão constatar como o Governo quer, outra vez, criar um facto consumado, no estilo do que aconteceu com a Ota. É verdade que, desta vez, se pediu logo o estudo ao LNEC; mas, como se percebeu ontem, a sociedade ainda quer debater o assunto que respeita a um investimento tão importante. Por exemplo, falam nos mais 60.000 carros que entrarão, de novo, em Lisboa. Mas nunca se referem os números actuais das entradas de carros e de pessoas em Lisboa, para se poder fazer uma avaliação em termos relativos.
Por outro lado, é bom ter presente que cada localização tem uma primeira razão diferente das outras. Ou, dito de outra maneira, o propósito de servir o novo Aeroporto e a rede do AVE(Alta Velocidade) não tem a mesma lógica de opções que o de descongestionar a Ponte 25 de Abril .
Importante é que as pessoas possam dizer de sua justiça. Que se oiçam todas as entidades, como, por exemplo, o Instituto Hidrográfico e todos os que costumam navegar no Rio Tejo entre estas duas margens. Que se oiça quem sabe e que, quem não sabe o necessário, que estude e deixe estudar. Manda o bom senso que a sociedade ainda tenha mais algum tempo para reflectir, debater e fazer assentar a decisão, seja esta ou outra. Com calma, com convicção, com serenidade.
Como veio a acontecer com a escolha de Alcochete para a localização do novo Aeroporto.