domingo, 22 de julho de 2012

Imposto da asneira

A mania que existe em Portugal de que qualquer inteligente, de qualquer área de formação, pode ser dirigente político, é sinónimo de atraso.
Trata - se, mais ou menos, da mesma ideia, que Algumas Universidades Portuguesas têm, de negar autonomia à Ciência Política, dizendo, umas, que se trata de jornalismo e, outras, mais generosas, que faz parte da  Sociologia. Há décadas que não é assim, na generalidade do Mundo. A Ciência Política é, normalmente, estudada nas Faculdades de Ciências Económicas e Sociais e com métodos quantitativos.
Mas saber de Ciência Política também não é o mesmo que ter capacidade política. Como ainda menos é igual a ter - se carisma político.

Como se sabe, há grandes Professores universitários, de várias áreas, que nunca saberiam ser Ministros nos seus domínios de formação ( nem noutros...). Muito menos poderiam ser líderes políticos, líderes partidários, Chefes de Governo.

À conta desses equívocos, vamos suportando erros atrás de erros... Entre esses erros estão supostas teses - desde o início da nossa Constituição - que nos têm feito perder muito tempo, no sistema económico e no sistema político.

A história é mais ou menos a mesma do deslumbramento, de que alguns têm falado, existente em Portugal, com os títulos de "Dr", "Prof.", "Eng." ou Arquit.". O deslumbramento é, sobretudo, dos que pensam que basta ter um título para se saber de tudo.

Confesso que já vi algumas pessoas, que sabem o que é a Política, deslumbradas com autênticas nulidades nesse campo. Vi essas pessoas andarem esperançadíssimas com os "seus encantos" mas, depois, quando esses encantos foram a votos, é que "foi o diabo".

Portugal vive de "bocas" e deslumbra - se com ditos. O problema são os resultados e as comparações com os Países mais desenvolvidos. Anda tudo doido, por esse Mundo fora, a pôr Chefes de Estado à compita com Chefes de Governo. É mesmo a chave do sucesso.

Tanta asneira, meu Deus! Se o Governo quer uma ideia para um novo imposto, que taxe a asneira. Pode ser livre, mas, se passar determinado limite, tem de pagar imposto. Vão ver como melhora a execução orçamental.

7 comentários:

Antonieta Barona disse...

Se a vaidade fosse musica seriamos campeões de orquestras. Não é lider e, muitos menos carismático, quem quer . Tem toda a razão na sua análise - os resultados estão à vista.

JACARE do PANTANAL disse...

A dificuldade , depois, estaria na COBRANÇA. O governo teria que aumentar o número de Funcionários Cobradores....e a evasão seria notória!

Anónimo disse...

Estou plenamente de acordo com o que escreve. Infelizmente Portugal aceitou, há uns anos atràs, criar um sistema de atitude na sociedade portuguesa, que muito combato fundamentando a incoerência e o obstáculo na produtividade seja ela económica que pessoal,que é baseado na cultura da fachada. O fascínio por esta cultura conduz-lhes ao seu próprio abismo porque é nesta obsessão de fascínio pela atitude de fachada que são disseminados instrumentos que apertam o cerco da racionalidade em lógicas, logo a inteligência hiberna para que haja egointeligência. De facto a egointeligência é um nome pomposo e o seu conteúdo contém que textos formatados.
Evelyn de Moraes e Castro Houard
evelynhouard@yahoo.fr

Jorge Diniz disse...

Se o Governo taxar a asneira, conforme propõe o meu amigo, os actuais Ministros (começando pelo Primeiro) serão os maiores contribuintes. Na verdade, eliminariam por completo o "PROBLEMA".
Claro que eu também sairia muito penalizado, PORQUANTO FIZ A MAIOR ASNEIRA DA MINHA VIDA VOTANDO NOS INCOMPETENTES "PINÓQUIOS"!!!

Anónimo disse...

Até que enfim que ganhou coragem de dizer as coisas como devem ser ditas porque tem o conhecimento da "res" da política de experiência feita. Vou deixar aqui um exemplo: nas serras da Madeira não se pode apagar os fogos - ainda mais quando ajudados pelo vento "Leste", que traz aquela sequra do deserto - só com água e muitos aviões no ar a despejá-la. Os remoinhos no fundo dos vales precisam de ser "conhecidos" no terreno. Ora, se não se dá emprego a ninguém, não há mestres florestais e os guardas são poucos, se os engenheiros não saem dos gabinetes e não têm umas botas gastas de andar a subir os Tornos, os montados etc, ora bem com tanto de ficar no gabinete e passar a assessor e a secretário de Estado numa leveza diáfana, sem esforço braçal, ou se estão no mestrado aos vinte e pouco e no doutoramento aos vinte e tal, ora bem quando é que vão saber do ofício? Nunca. É como na política, até mesmo que se saiba analisá-la, pode-se não saber fazê-la. Isto está a arder, porque não temos políticos de experiência feitos. A urgência das soluções para as mudanças constantes que se avizinham não podem esperar que os grandes académicos aprendam a governar, ou que os afilhados sejam tão bons como os padrinhos foram, só porque são afilhados. Isto precisa de menos gente nos computadores e mais RUA, mais esforço físico, sem as ajudas de custo habituais ou as horas estraordinárias. Ir trabalhar no terreno como fomos há anos, só para fazer e aprender com os erros, que no local se detectam logo! Só assim se verão quantos querem ser políticos. Afastaram quem trabalhava, trataram mal quem trabalhava. Em Portugal nem vamos ter os emigrantes franceses como era habitual em Agosto. Porque eles mereciam vir comer fora todos os dias às suas tascas, aos restaurantes das festarolas. E o IVA no Turismo? Não é o Turismo uma indústria de exportação? Os emigrantes até mereciam continuar a comer fora por menos dinheiro do que em França etc, porque foram eles que aguantaram durante anos a balança de pagamentos com as suas remessas! Diga mais vezes do que pensa e do que sabe. É uma maneira de ensinar os seus Companheiros. Eles não têm que meter medo a ninguém. Há que ser humilde e aprender com quem já ganhou e já perdeu eleições! Destornar governos não é bem a mesma coisa do que ganhar ou perder eleições. Lula perdeu no sindicato, no Partido e nas presidenciais 14 vezes! E é, pelas políticas que manteve do seu antecessor e nas que implementou um bom político. E tinha uma dívida fenomenal com o FMI!

Ribeiro disse...

Com este imposto, a ser implementado, surgirão várias empresas ou, numa perspetiva moderna e eternamente despesista, algumas PPP para a comercialização de "doseadores de asneiras".
Realmente, nem todos podem ser políticos. Ao contrário de muitas opiniões, sou de parecer que os políticos, enquanto no exercício dessas funções, têm que ser muito bem pagos para assim ter-mos os indivíduos mais competentes na governação da vida dos portugueses.
Embora seja jovem, permita-me, uma crítica. É inadmissível haver assessores de políticos com 24 e 25 anos de vida. Aqui, podem ter qualquer título como enumerou "Dr., Eng., Prof. etc.” mas que experiência de vida têm para assessorar quem quer que seja? A preparação para ser político não deve ser, de certo, como assessor, mas sim noutros domínios da vida para ganhar experiência e, aí, poderem assessorar.
Um grande bem-haja, Dr. Pedro Santana Lopes.

Dina disse...

Caro Dr Pedro
Caramba Dr Pedro ! Gostei !
O seu ultimo paragrafo então até me leva a invocar um comentário que há dias escrevi num jornal on line onde comparei o nosso País actual à comédia de Aristófanes «As Nuvens» Que delicia de peça onde a escola sofista de Socrates, no limite, leva a que o filho bata no pai e o poder da argumentação diga que o filho o fez para seu proprio bem (o do pai). Fantástico!
Mlhs Cptos