sábado, 16 de junho de 2012

Valente

O que Vasco Pulido Valente escreve hoje no Público é dos temas mais, mais importantes do presente e do futuro de Portugal. O artigo chama - se, julgo, " Eles que se lixem". É sobre o número, o género e a qualidade dos milhares de cursos superiores que existem em Portugal. VPV diz que são mais de 4100... Sei como é Portugal. Também na generalidade dos seus protagonistas. Por isso, sei que corro o risco de ser criticado por VPV... Sei que ele, por vezes, ataca quem concorda com o que diz ou escreve, especialmente, se for pessoa fora das suas simpatias. Como é o caso. Vamos ao que importa: ele tem toda a razão no que escreve sobre a formação dos Portugueses no Ensino Superior. Já fui Docente na Faculdade de Direito de Lisboa (Universidade Clássica), na Universidade Lusíada, na Universidade Moderna, na Universidade Internacional e, desde há três anos, na Universidade Lusófona. Não falo de nenhuma delas, quero deixar bem claro. Falo do sistema em geral. Faz - me impressão ver tanta licenciatura sem saídas profissionais. Faz - me impressão ver alunos a saírem de Universidades com cursos que dificilmente lhes darão oportunidades reais de afirmação ou progresso profissional. E, por outro lado, revolta ver que se vedam licenciaturas - como Medicina - de que o País tem falta. O de errado que se passa na Educação não é só no Ensino Superior. Muitos alunos chegam lá sem saberem nada de História e a escreverem sem h. Esta é a realidade. Trata - se de uma degradação gravíssima. Que, diga - se, também, não é só da Educação. Notícias recentes de outros setores são só um exemplo do que acontece em Portugal. Portugal precisa de coragem para mudar radicalmente o que se passa no Ensino Superior. Não interessa individualizar ou isolar o caso da instituição A ou B. Há que agir e depressa. Muitos cursos superiores são meros prolongamentos das Falsas Oportunidades que andaram a iludir muita gente. Novas Oportunidades são, por princípio, justas. Mas enganar as pessoas, isso não. Para Portugal ter um bom futuro, está é uma tarefa imperiosa. Se não for levada a cabo, são eles que se lixam e é Portugal inteiro que é posto em causa.

3 comentários:

Pedro Ribeiro disse...

Caro Pedro Santana Lopes,

Concordo com a globalidade do seu post, mas permita-me discordar em dois pontos:
1. Temos falta de médicos?
Então porque temos os Centros de Saúde e os Hospitais cheios de médicos colombianos, espanhóis, russos, moldavos que mal sabem falar português? E porque assistimos a um êxodo de médicos para o estrangeiro, depois de gastar dinheiro com a sua formação? Não deve ser pelo facto de Portugal dar as melhores condições aos seus médicos...
Para não falar do que querem fazer ao SNS ao contratarem "médicos low-cost" a 15-20€/h. Isso é brincar com a saúde dos portugueses, de quem anda uma vida inteira a descontar para que o país lhe proporcione uma "razoável" qualidade de vida.
2.Temos licenciados e mestres a escrever mal?
Temos pois, e muitos. Escrevem de forma aberrante. Têm culpa? Creio que não! Pagaram a licenciatura ou o mestrado e aprovaram.nos. A culpa é de quem não lhes exigiu qualidade.

Anónimo disse...

Pois é...e muitas das Universidades criadas por alguem do seu conhecimento,são as culpadas de muito "dr." de aviário,que só o chegam a ser porque pagam!...

Anónimo disse...

Caro snr., o facto de defenderem mais acessibilidade na criaçao de cursos de medicina é porque o governo paga 14000 euros por ano por aluno, ás faculdades.A MERCANTALIZAÇAO DO ENSINO LEVOU A mta mediocricidade nos cursos e á entrada de alunos com notas negativas e programar cursos com mais anos letivos do que na alemanha ,a tal que nos empresta o carcanhol pra nada.Eu como cidadao prefiro ser tratado por mentes brilhantes do que medicos low -cost.A entrada em medicina nos paises responsaveis, ainda é mais agressiva do que em portugal.A saude paga pelos contribuintes ou pelos seguros deve ter a mesma qualidade e diferenciaçao quer em conhecimentos quer em massa cinzenta.O parque profissionalizante ta praticamente saturadoe dentro de 2 anos e nao tem como profissionalizar.Há convicçoes a ser revistas, caso contrario provocam aumento de impostos sem retorno e todos ficam a perder.