Há um clima pesado no ar. O tempo do Mundo traz factos, notícias, atitudes, palavras que entristecem. Vários de nós fomos atingidos pela Dor enorme de ver partir parte de nós. As tristezas têm sido umas depois das outras. Sofremos pelos nossos e pelo sofrimento daqueles a quem queremos.
Pelo meio de tudo isso, as pessoas têm atitudes estranhas. Parece que, em tempos de adversidade, há quem trate pior aqueles de quem mais se gosta. Amigos afastam - se porque se refugiam nas conchas das suas proteções, em reuniões de trabalho vemos climas de confronto entre pessoas amigas, transformam - se os mais próximos, nas famílias e nos empregos, em culpados dos actos dos desvarios dos poderes do Mundo.
Partem vários dos eleitos pela Providência com qualidades ímpares. Faz impressão. Parece que este tempo não se dá bem com quem faz o bem de encantar os outros seres humanos. E parece que as pessoas, revoltadas com o que se vai passando, se revoltam com quem as acolhe, com quem lhes quer, com quem as protege, por não poderem dirigir as suas mágoas contra mais ninguém.
5 comentários:
:(
Bjs :)
Bonito texto. Excelente registo do comportamento de muitos de nós, neste quotidiano onde a amizade e o agradecimento pelo "Pão nosso de cada dia" estão faltando... Felizmente a Fé ainda acompanha a maioria dos nossos compatriotas. Acabou de se ver ontem. Mas não chega... Para que os "tempos sejam menos tristes", temos de continuar a fazer bem... sem olhar a quem!
Caro Dr. Santana Lopes.
Os deuses estão zangados?
Na semana passada estive a falar com a minha amiga Teresa S.
O Dr. sabe quem é.
Dizia-me ela de lágrimas nos olhos, "Estamos a ficar velhas", ao que eu respondi, não querida amiga, o que não é normal é morrerem pessoas da nossa geração!
Dr.Santana Lopes
Cleópatra era conhecida por mandar matar o mensageiro quando as notícias eram más.
Era a maneira de descarregar a sua raiva, demente e irracional, que tinha a quem lhe queria mal numa pessoa que apenas fazia o seu trabalho e que a venerava, respeitava e "amava". A sua bela Rainha todo-poderosa, descendente ela mesmo dos deuses. Nem duvido que morriam sem a maldizer.
No mundo dos Deuses nós humanos não temos lugar nem muito menos podemos compreendê-lo. Se assim fosse seriamos como eles. Ora nós somos filhos do pecado e estamos aqui para sofrer e redimir, não para ser felizes. Se não aceitamos isso, estamos à partida condenados a ser uns péssimos aprendizes e voltaremos uma e outra vez assombrados pela nossa negação à evidência. A de que não somos realmente nada e nascemos e morremos todos sòzinhos e da mesma maneira, não importa a condição económica ou social.
É por isso que nos revoltamos contra quem está mais perto. Estão ali mesmo "à mão se semear" e nós, pobres de espírito, pensamos que nunca nos vão abandonar. Não há pior mania que a de pensar que tudo é eterno e não temos que nos esforçar por manter as boas amizades. Até as plantas morrem se não as regarmos.
Não há amor nem amizade que sobreviva a um constante ataque de indiferença ou negatividade.
Criamos uma energia negativa à nossa volta que faz os amigos, mesmo os mais devotos, afastarem-se pouco a pouco. E se há más companhias e influências pior pois uma coisa é aturar os amigos, outra é aturar os amigos dos amigos.
"Deus" ( a vida mesma diria ) às vezes dá-nos forte na cabeça para nos abrir os olhos. No momento fazemos uma introspecção tremenda e até pensamos em pedir desculpas a quem mal fizemos ou ofendemos. Ficamos abertos ao perdão e a perdoar, mas depressa nos esquecemos quando voltamos a sentir-nos bem e com forças.
É esse o crasso erro da humanidade.
Só quando estamos em sofrimento somos bons e aí está a essência de Deus.
"Sofre e serás bom" parece dizer diariamente.
Está nas nossas mãos o perfeito balanço em aceitar os nossos defeitos e os dos nossos amigos e esperar o mesmo deles.
Os que partem deixam sempre lições enormes que em geral vemos depois e não durante.
Faz muita impressão vê-los partir mas, crentes de uma vida melhor, devemos pensar que um dia estaremos uma vez mais reunidos.
Isso é reconfortante.
Só com Orestes se encerra a maldição que recaira nos descendentes de Atreu... Irmãos contra irmãos; maridos traídos; pais vingativos, filhos fazendo justiça por suas mãos... É claro que os deuses estão de novo zangados, e não se sabe a quem recorrer em segurança e lealdade. Orestes, até se redimiu desculpando e esquecendo a sua história, sem que, mesmo assim, se tivesse livrado de morrer pela picada de uma serpente... Temos em consciência medo de nos dirigirmos directamente a Deus, pois o castigo pode fazer-se mais depressa do que nos enredos das "estórias" do Olimpo. Pelo sim, pelo não temos ainda a intersecção de Nossa Senhora de Fátima, para aplacar a ira do Senhor. Padroeira de Portugal sempre!
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