domingo, 20 de fevereiro de 2011

Mudar ou ignorar

Aqui há meses, foi anunciado que o PSD ia, agora, fazer um Congresso, só para mudar os Estatutos. Era a sério, ou era um surto( na expressão de José Pacheco Pereira) de ficção?
Eu admito que seja para valer, mas que o Congresso não seja para mudar os referidos. Que seja mesmo para acabar com eles. Face ao que se vai passando nalgumas zonas, não me admirava.
Com a protecção, subscrição e aval de dirigentes nacionais.
A história, aliás, é multipartidária.

3 comentários:

mil disse...

Caro companheiro:
Vi ontem o post e fiquei com dificuldade em comentar.
O PPD foi criado como alavanca de uma vasta classe média, de pessoas independentes e que tinham, em diversos graus triunfado na vida, sem ajudas de nomes familiares, ou de «robalos». Estas pessoas dinamizavam socialmente um vasto leque de eleitores.
Depois vieram as trevas –«calem-se!» «Não se pode dizer nada» ( que atrapalhe o governo). O ‘governo’ era cada vez mais um conjunto de amigos, de amigos, de um ou outro militante eleito. Depois houve um certa revolta de militantes –daí a ‘pólvora’ inventada por JPP «Acabe-se com os militantes» «O partido só deve ter quadros»(leia-se candidatos a altos ‘taxos’).
Como a ‘coisa’ não funcionou toca a invadir as secções e concelhias com conjuntos de inscritos fraudulentamente, com quotas pagas, com ‘subsídios’ de deslocação para votar, com ‘taxos’ e gasolina paga, em autarquias, ou em ‘malas’, para haver sindicatos de votos.
Isto É PÚBLICO, veio nos media e NÃO TEVE CONSEQUÊNCIAS JUDICIAIS – nem o MP inquiriu o caso de desvio de dinheiros públicos, para fins privados; nem os CJ –o nacional e os distritais actuaram. Os acusados também não tentaram a via judicial, sabem bem que nem metade, das suas actividades, está nos media.
Claro que o clima de impunidade é resultado de anos de omissão e acção das estruturas superiores. E chegou-se ao cúmulo de, as listas das autarquias serem feitas nas distritais e, em 2009, até na Nacional. A CPN, da altura, até os membros das mesas de voto de freguesias com menos de 1000 eleitores fez. Contra os estatutos –claro; consequências internas –nenhumas... Resultado nas urnas: 50% de votos perdidos. Ninguém confia em bêbados, trafulhas, incompetentes, mesmo que mandados por SUAS EXCELÊNCIAS, os grandes chefes! Aliás viu-se em Lisboa o resultado das manobras de Paula Teixeira da Cruz e Marques Mendes, nas eleições intercalares. Resultado: abaixo dos 15%. Uma vergonha? Para os ideólogos, a culpa foi de quem não foi votar neles! «TRAIDORES!» Gritaram na praça pública.
Por isso não haja estatutos, nem regulamentos, os grandes chefes que decidam –o povo esse vai votar com os pés. Até ao dia em que faça cair o regime –e isso assusta-me, mas será inevitável, se a bandalheira interna(e externa) não acabar.

Manuel Silva disse...

Quem mandou calar quem..?!

...ainda me recordo os comentários "politicamente correctos", nos últimos dois congressos do PSD, de alguns lideres, a respeito da opinião do Dr. Santana Lopes, sobre os que dentro do PSD abusam da liberdade de expressão para publicamente se oporem à Liderança Oficial do Partido, sobretudo em momentos cruciais de elevado interesse nacional. Na altura, o Dr. Santana era criticado pelas medidas que propunha... Pelos vistos, agora, esses mesmos que o criticavam com a ironia do costume, sofrendo na própria pele, já pensam e falam de outro modo... mais vale tarde que nunca.

Helder Marques de Sá disse...

Espero que os estatutos e o programa não ponham em causa a matriz social democrata do PPD/PSD. Quem quiser transformar o PPD/PSD num partido neoliberal, que saia e crie um.