quarta-feira, 7 de abril de 2010

O Tempo

O Povo costuma dizer, na sua proverbial sabedoria: "o azeite vem sempre ao de cima".
Nesta caso, a verdade. Demora? Às vezes! E, às vezes, não acontece. As regras têm as suas excepções.
Mas uma coisa é certa, como a minha Avó dizia: "atrás de tempo, tempo vem". E assim vai acontecendo.

20 comentários:

Jorge Diniz disse...

Miguel Paes do Amaral, afirmou que «durante o Governo de Pedro Santana Lopes a TVI funcionou como plataforma para derrube do Governo».

A sensação que tenho é que aconteceu uma confluência de forças (interesses), quer do PS quer do PSD, que através da "venda de ilusões", com a mais refinada técnica de marketing, tomaram de assalto este País com "os lindos resultados" que estão à vista.

É preciso fazer fortes rupturas com "esta malta", e obriga-los a pagar.

Anónimo disse...

Será que a inteligência do Prof. Marcelo não é o que dizem, ou também entrou na "marosca"?

Os melhores cumprimentos

José Peralta disse...

Dr. Pedro Santana Lopes

Veremos se as polémicas declarações de Paes do Amaral e Emídio Rangel, sobre a D.Manuela e seu excelso marido, não lhe darão razão a si...e a mim, que aqui já expressei a minha opinião sobre essas personagens, motivando a "azia" de alguns...

É como o Dr. disse na Antena 1:-"Quem estará em melhor posição do que eles, para dizerem o que disseram ?..."

Ruvasa disse...

Viva!

É verdade, caro Dr. Santana Lopes, é verdade.

Finalmente, tive a compensação de ouvir por palavras suas, aquilo que tenho vindo a afirmar por todo o lado, ou seja, que foi gente do seu partido, do nosso partido, que o derrubou o governo, em 2004.

Somente que o sr. ainda só referiu claramente um nome, o de Marcelo, e eu tenho sempre referido quatro, ou seja, além desse, também Cavaco Silva, Manuela Ferreira Leite e José Pacheco Pereira.

É preciso que esses sejam também trazidos à colação, porque as patifarias sem nome não podem ser deixadas escondidas. O eleitorado, designadamente o eleitorado que em princípio teria votado PSD, portanto em si, e não o fez, acabando por entregar o ouro ao bandido, tem de saber, de fonte limpa, quem o aldrabou - com cenas pouco dignas - e porquê.

A verdade está a vir ao de cima, só que com muita lentidão, com demasiada lentidão. E se é verdade que, regra geral, a justa recompensa para o que se faz cá na Terra é recebida na subida aos Céus, em política não deve ser assim. O que cá se faz, cá deve ser pago...

Vou esperando por isso.

Cumprimentos

Ruben Valle Santos

Tino disse...

Eu, a muitos quilómetros de distância de Lisboa, sem conhecimento interno do que se passava nalguns partidos e na comunicação social de então, nunca tive dúvidas de que tudo foi armadilhado, desde a saída habilidosa de Marcello Rebelo de Sousa ao artiguelho do a-político Cavaco Silva, no Expresso.

Estes são apenas dois dos vários responsáveis pela entrega do poder à maior Incompetência que se viu em 800 anos de história e à maior desonestidade (quanto a essa não chegam os anos que tem Portugal; teria de recuar aos piores anos do Império Romano. Ambos continuam a alimentar Sócrates. São como seus pais adoptivos...

Portugal é hoje governado por excelente moeda... e quanto a centrais de informação nem é preciso falar.

Sócrates, Marcelo Rebelo de Sousa, Cavaco Silva, Jorge Sampaio e alguns outros estão nisto ao mesmo nível no grau muitas vezes abaixo de ZERO... da moral e da ética...

Anónimo disse...

Falta ainda o lóbi bancario, pois todos se moveram para evitar uma maior taxa de IRC. Semesquecer a conivência do Aníbal Silva!

Seria interessante também ouvir Jorge Sampaio sobre as trapalhadas do deste seu primeiro ministro.
Há se arrependimento matasse!

Foi de facto um golpe de estado constitucional.

Anónimo disse...

Estas revelações tardias também não abonam muito a favor do personagem que até já deixou a TVI (estando, diz-se, para voltar) há uns anos. Esta forma ressabiada e vingativa de actuar é uma tristeza...

Pois pelo que recordo, a TVI podia ser uma plataforma, mas o rebanho do pessoal da "comunicação" foi fácil de arregimentar. Até a RTP (supostamente sob controlo do Governo de então) dava o ar de sua graça nas graçolas e dixotes sobre as actividades do Governo.

Concordo com o Jorge Diniz, acima. Foi o início de um período negro da nossa história que ainda não acabou. Só duvido é que a tal "malta" venha a pagar alguma coisa...

PC

Anónimo disse...

Dr. Pedro Santana Lopes,

Por isso eu pedi "Marcelo não, por favor!".
E agora digo: "Ângelo Correia (e outros barõezinhos) não, não, por favor!
Comentei já aqui sobre os "companheiros" e o companheirismo do PSD na altura em que o Sr. Dr. foi PM, nomeadamente dizendo que o Sr. Dr. não precisou da oposição para o derrubar pois bastava a oposição do próprio PSD à sua actuação e a Comunicação Social. Enfim, não sou, como agora fica bem dizer, politóloga, nem comentadora nem "influenciadora de opiniões" nem nada do género. Simplesmente observo, ouço, sempre que posso, e há situações que soam a falso e que, paulatinamente, vão sendo confirmadas.

Pensar PORTUGAL, urge!

MG

Anónimo disse...

Os políticos e os jornalista (todos comentadores do “regime”) propositadamente e despudoradamente tecem loas e encomios à pessoa de Paes do Amaral para enublar o importante neste caso, que é a verdade por ele dita: O governo do Dr. Santana Lopes foi objecto de uma golpada.

Outro exemplo é o caso ridículo de não darem nenhuma importância ao facto de várias pessoas mudarem de opinião politica ao atravessarem um vão... a mim até me parece um caso de estudo cientifico.

Com os melhores cumprimentos

Lamas disse...

O sr. Paes (ou Pais) pode dizer o que quiser que sinceramente não o levo muito a sério.
A sério a sério, levo a decisão do Dr. Sampaio.
Então um PR deixa-se influenciar por posições tomadas por uma estção de TV?
Mesmo que o Sr. Moniz quisesse derrubar o seu Governo (porquê?)
a decisão do Dr. Sampaio, essa sim, é altamente reprovável.

Pedro Lipi disse...

Caro Dr:

Finalmente um "dito" que se pode aplicar à sua personalidade...

Jorge Diniz disse...

"Porque existe uma quadrilha...nesta casa"! Diz ela!
Merece ser ouvida: http://www.youtube.com/watch?v=G-SHAak_stc&feature=email

Hugo Correia disse...

«Nunca apressar-se nem ser presa de paixões, eis a marca de um coração amplo e abnegado. [...] É necessário atravessar a vasta carreira do tempo para chegar ao centro da ocasião oportuna. [...] A própria fortuna reserva o galardão para os que têm a paciência de a aguardar.»

Gracián, Arte da prudência


«A prontidão em crer no mal sem lhe ter feito um exame suficiente é um efeito do orgulho e da preguiça. Desejamos descobrir os culpados, mas não nos queremos dar ao trabalho de examinar os crimes.»

La Rochefoulcauld, Máximas

Hugo Correia disse...

O PRINCÍPIO DO FIM

«O caso Marcelo marca o irromper do processo de queda do Governo. Não tanto o caso em si, mas o movimento que se gerou à sua volta, com a atribuição ao Governo da responsabilidade da (auto)demissão do comentador. Marcelo Rebelo de Sousa foi habilidoso. Muitos sabiam que o modelo dos seus comentários na TVI se esgotara e que Miguel Paes do Amaral, administrador da TVI e cunhado do comentarista, tinha disso noção. Atento e conhecedor destas matérias, Francisco Pinto Balsemão declarava numa entrevista ao Correio da Manhã, em Setembro, duas semanas antes do início do caso: «Marcelo tem uma grande sensibilidade e sabe que a sua coluna se está a esgotar e está para sair muito em breve.» Este era o ponto: Marcelo estava para sair e, talvez por isso, tivéssemos sido inábeis ao divulgar a nossa revolta. Mas não fomos injustos. A verdade é que, quando Rui Gomes da Silva se limita a protestar, indignado, contra as críticas ofensivas de Marcelo Rebelo de Sousa, este aproveita e sai. Por cima.»

Continua...

Pedro Santana Lopes, Percepções e Realidade (Novembro 2006)

Hugo Correia disse...

O PRINCÍPIO DO FIM

(continuação)

Na manhã em que soube da demissão de Marcelo, por absoluta coincidência, estava a receber um conhecido banqueiro, seu amigo. A audiência estava marcada há tempo. Mas falámos do assunto e a pessoa que eu estava a receber disponibilizou-se para a marcação de um encontro ou de um jantar, em sua casa. Ainda não tinha respondido quando João Paulo Velez, meu assessor de imprensa, entra no meu gabinete para me entregar o take da Lusa com essa notícia. Admitia, apenas, um encontro, que proporcionasse uma conversa que pudesse distender o ambiente, e não negociar fosse o que fosse. Não tenho perfil de comerciante, nem a situação supunha uma troca. Mas era tarde. A partir desse momento passou a dizer-se que a liberdade de imprensa em Portugal estava em perigo.
Lembro-me que, quando - a 22 de Novembro - tive um jantar com a Associação de Imprensa Estrangeira, nem me tocaram no assunto que escaldava em todas as redacções portuguesas. Não o fizeram porque sabiam que era falso. Se havia país onde a liberdade de imprensa não estava em risco, era exactamente Portugal. Mas estes são os tempos profundamente marcados por um clima de precipitação e exaltação em muitos sectores. Daqui até à dissolução da Assembleia da República, no final de Novembro, é a crónica de uma queda anunciada.

Pedro Santana Lopes, Percepções e Realidade (Novembro 2006)

Continua...

Hugo Correia disse...

O PRINCÍPIO DO FIM

(continuação)


«Numa entrevista, muito clara e frontal, a O Independente, a 8 de Outubro, Morais Sarmento expõe o que pensa sobre a questão mediática. «É a notícia sobre o acessório e nunca sobre o essencial, é a notícia sobre a cebola de duas cabeças e sobre o bébé recém-nascido que matou a mãe, ao invés da notícia sobre as questões de Estado e da actualidade internacional. Isto tudo não passa de um episódio.» Depois adianta: «Na maioria dos casos em que o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa se pronunciou sobre matérias da minha responsabilidade, identifiquei a superficialidade ou a subjectividade de que tantas vezes ouvi outros queixarem-se. (...) A questão essencial é saber se estamos, ou não, perante a tentativa do Governo em interferir ou condicionar as políticas editoriais de um operador de comunicação social-e sobre esta matéria quero dizer (...) pela primeira vez (o Governo) se preocupa, não em controlar a comunicação social, mas em criar condições sérias de reforma e de futuro para o sector. (...) Merece a atenção dos portugueses saber se estamos a viver num tempo em que a liberdade de expressão é condicionada. A resposta é 'não'. Essa hipótese só pode ser colocada pela má memória do que foi a práctica de funcionamento entre o poder político e a comunicação social durante muitos anos. (...) A questão do Prof. Marcelo de Sousa é outra: ele tem uma qualidade intelectual por todos reconhecida, da mesma forma que se reconhece que não teve, em vários momentos, isenção e objectividade na análise à actuação do Governo, ou mesmo do Presidente da República. Dizer isto não pode ofender ninguém. É normal haver o direito de comentar um comentário, e qualquer membro do Governo podia tê-lo feito.»
«Há uma relação absolutamente ilegítima entre aquilo que foi dito por membros do Governo e a cessação dos comentários do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa. Se assim fosse, eles teriam cessado quando o próprio Presidente da República se pronunciou directamente sobre eles. É um disparate intelectualmente desonesto estabelecer essa ligação de causa/efeito neste episódio.» Foi uma entrevista correctíssima.»


Pedro Santana Lopes, Percepções e Realidade(Novembro 2006)

Continua...

José Teles disse...

Meu caro Santana Lopes,
Claro que tem razão quanto à operação mediática lançada pela TVI para queimar o seu Governo, e que teve como principais protagonistas o Marcelo sem contraditório, a tropa da TVI que durante quinze dias não despegou um minuto, em badaladas iniciativas de desagravo, de solidariedade, de agradecimento,de mobilização, de protesto, de denúncia, de combate, de despedidas que nunca mais acabavam, de abraços, de adeus até ao "seu" regresso, ó professor, ó genial comentador, ó mártir da Pátria, sem contraditório, assim é que a gente gosta, fora com a canalha, o poder a quem trabalha! Um arremedo de prec - processo de rejeição em curso, lembro-me. O Paes do Amaral também não esqueceu. Fica-lhe bem que não tenha esquecido Você também, quem não se sente não é filho de boa gente. Dito isto, tb lhe digo q nem sequer estive de acordo com o seu Governo, devia ter ido a votos, qdo o Barroso se foi embora. A malta gosta de votar!
Quanto ao resto, vim aqui à procura dos links para o que tem sido publicado sobre o caso. E não os encontrei. Nem sequer em pesquisa do Google. Todas as notícias escritas saltaram a parte da mobilização de toda aquela tropa da TVI, de que V tb falou, ouvi-o algures. Se me permite o reparo: devia pôr aqui os links para as notícias q lhe dizem respeito. Facilitava-nos a vida a todos. Cumps.

José Peralta disse...

Enquanto a Moura Guedes bolsava ódio demencial contra tudo e contra todos,ao "jornalismo de sarjeta" que praticava, era só elogios, à TVI e à sua "liberdade" de Informação!

Depois, quando foi afastada, (quanto a mim, num exercício exemplar de "higiene"!), aqui d'El-Rei, que foi um atentado à tal "liberdade"...

Agora, além da TVI, até já nem Cavaco e Ferreira Leite, Marcelo, Pacheco Pereira, etc. escapam, (provávelmente com razão), ao opróbio de serem os fautores da demissão do Governo de Santana Lopes...

Tal e qual como com os treinadores de futebol ! Heróis, quando estão na mó de cima !

Depois...

Como deve ser difícil ser-se priôr de uma "freguesia" destas...

JB disse...

Mas toda a gente sabe que era dentro do PSD que o Dr. Pedro Santana Lopes tinha o campo minado.
Pacheco,Cavaco,Marcelo,F.Leite,T.da Cruz,M.Mendes,A.Correia,etc... Todos eles contribuiram para que se fizesse o golpe. Eu não o conheço pessoalmente Dr., mas tem demonstrado uma maneira de estar na política, que sinceramente já não se usa, já teve inúmeras vezes ocasião de matar com o mesmo ferro que o mataram, mas não o fez.A consciência dessas pessoas todas, deve mesmo pesar imenso.É evidente que o principal culpado foi o Sampaio, mas todos esses gatos do PSD estavam assanhados e virados para si.
Jamais votarei no PS, mas também não é neste PSD que o farei, nem como voto útil.

Anónimo disse...

A verdade vem sempre ao de cima....sim é verdade. Portugal é um laboratório de verdades. Verdades que se afundam na inércia dos partidos do arco do poder, e são abafadas pelos que moldam o sistema em conformidade com os seus interesses...nada que os antigos gregos não tenham diagnosticado já. Seria, então, altura e já passou tanto tempo, de aplicar essa sabedoria clássica e mudar Portugal, começando por se focar nos problemas reais de um Portugal podre, roto, falido,mergulhado na «pulhitica» consentida pelo silêncio daqueles que se desperdiçam em «tricas -laricas» internas de partidos insolventes de ideário.