Pedro Lamy ganhou um relevante título mundial em Le Mans; a EDP ganhou um relevante prémio internacional a propósito da reestruturação da sua central de compras; a GALP tem 10% num consórcio que nos seus trabalhos de prospecção, descobriu uma das maiores reservas de petróleo do Mundo.
São notícias destas que fazem bem a quem as ouve. Portugal precisa de sentir que os esforços continuados valem a pena e que o mérito é reconhecido.
Há poucos minutos publiquei umas palavras de um Português que está a fazer o seu doutoramento em Kiel, na Alemanha( também com uma Bolsa de estudo da DAAD) e que confessa, com 29 anos, não ver muitas hipóteses de regressar.
Ontem enquanto almoçava, já tarde, numa cervejaria de Lisboa, veio uma pessoa cumprimentar-me à mesa, com palavras simpáticas de incitamento. Disse-me, a propósito de uma das questões que coloquei ao Primeiro- Ministro, que hoje ia celebrar a escritura da sua empresa em Espanha. Quando lhe perguntei a razão, disse-me que não tolera mais o peso da carga fiscal, nomeadamente do IVA. Por isso, escolheu uma cidade fronteiriça, no Centro de Espanha e será lá que pagará as suas contribuições. Contou-me quanto pagou de IVA nos dois últimos anos. Um número impressionante. E que depois lhe tinham escrito a anunciar uma penhora por um atraso de 2.000 Euros.
Cada vez se ouvem mais casos destes. Por isso, perguntei a José Sócrates se já tinha feito as contas a quanto se está a financiar o Orçamento de Espanha, com as deslocalizações de actividades económicas para o outro lado da fronteira. Num País periférico, com uma dimensão e uma força económica muito superiores, ainda mais cuidado é preciso com essas disparidades. Por isso falei e falo em erros graves de governação. Erros nas decisões, que afectam seriamente a competitividade das empresas portuguesas, neste caso, a sua capacidade de concorrer no mercado interno mas, também, indirectamente, no plano externo.
O País precisa de crescer. Só o pode fazer com um clima de motivação para trabalhadores e empresários. Só um quadro favorecedor do investimento privado, em sectores que gerem valor acrescentado efectivo, poderá dar sustentabilidade ao crescimento que se deseja para a nossa economia.
O Governo, tendo guardado o início de aplicação do QREN( novo Quadro Comunitário) para 2008, terá disponibilidades financeiras alargadas. Mas com os valores da Despesa que apresentou, não tem margem para fazer crescer muito o investimento público. Nunca conseguimos negociar, com sucesso, um regime diferenciado para as despesas de investimento verdadeiramente reprodutivo, o que se traduz num dos maiores erros de todo este período de regras e recursos da União Europeia.
Mas vamos ganhando em várias frentes. Temos muitos Portugueses a darem o exemplo e a conseguirem ter sucesso. Muitos mais querem acreditar num futuro mais próspero em Portugal.
5 comentários:
Boa noite Dr. Pedro Santana Lopes, foi com muito entusiasmo que recebi estas notícias, pois elas fazem bem ao nosso ego.
Em relação à fuga de empresários para Espanha, bem como a necessidade dos Portugueses se deslocarem a Espanha para fazerem as suas compras e atestarem os seus automóveis, só tenho uma pergunta a fazer: Será que os nossos Governantes andam a dormir?
Os nossos Governantes não devem ver as notícias, ou então fazem “ouvidos de mercador”, pois além de nós irmos para Espanha fazer as respectivas compras, os Espanhóis estão a entrar em Portugal, em todas as frentes, ainda esta semana se ouviu que estão a comprar herdades no Alentejo e que um banco Espanhol empresta dinheiro com um spread de -1% (menos um por cento), isto sim demonstra a capacidade de Governação, bem como o modo com que os Espanhóis olham para o futuro.
O nosso País precisa rapidamente de motivação, mas não é com este Governo, pois ao contrário do que o Primeiro-Ministro apregoa, o ano de 2008 será rigorosamente igual ou pior do que o de 2007, embora os Portugueses já não se possam queixar mais, pois não têm por onde, porque o país bateu no fundo do fundo.
Resta-nos realmente estas boas notícias, que V. Exa. mencionou, e ver se os Portugueses conseguem melhorar a sua auto estima olhando para o fundo do túnel e tentarem encontrar a luz que lhes ilumine as ideias.
Um grande abraço, cordialmente.
Ricardo Araújo
Bom dia,
De facto, temos exemplos no N/ pa�s que transcendem e desafiam a imagina�o dos mais incautos.
Uma vez disseram num programa (debate creio), a respeito dos feitos dos portugueses (500 anos descobrimentos), que o nosso povo de aventureiros e empreendedores partiu � procura de nova sorte, o que fazia dos que por c� ficaram, um povo menos aventureiro e empreendedor;
Estes momentos assemelham-se a tal �poca, i.e. o povo portugu�s tem de reiventar as suas novas descobertas. Vamos �s causas: Governa�o e orienta�o ... o governo actual n�o tem esse sentido, o de for�a motriz para o crescimento econ�mico equilibrado.
� natural que se comecem a evidenciar os denomidadores comuns na formula�o da equa�o com resultado indeterminado, que s�o as linhas de ac�o do governo.
Muitas mais estradas de portugal existem....( urg�ncias, juntas m�dicas, estatutos de alunos portagens, inc�ndios)
H� limite? Espero que sim, quanto mais n�o seja que tenha uma data: 2009.
Cordialmente
Alexandre Gomes
São notícias como estas que nos permitem voltar a sonhar.
Tocou no ponto essencial: motivação!
Falta motivação a este país e falta gosto pelo trabalho e para levantar todos os dias e acrescentar valor ao país!
O cinzentismo que se criou neste país, com um Primeiro Ministro que não responde, não comenta, não fala aos portugueses, apenas dá a cara com um qualquer teleponto ou quando tem dossiers preparados por outros, diz tudo!
Falta sim, o falar aos portugueses, sem complexos, sem problemas, mas falar, não ter medo, não ser tão politicamente correcto como o Prof. Cavaco.
É por isso que tem que continuar no seu caminho e falar sempre verdade.
Não se trata de um problema de estilo, trata-se de um problema de motivar ou não o povo português e isso o Dr. Santana Lopes sabe e soube fazer!
Se colocar a sua garra e a sua liberdade de pensamento, acredite que o cinzentismo de Sócrates desaparece!
Garra é o que falta aos portugueses, e bem que precisam!
Garra para voltar a sonhar!
Caro Dr. Pedro Santana Lopes,
Ouvi atentamente a sua intervenção - ouço-o sempre com muito agrado e atenção - na Assembleia da Republica, a propósito da discussão do OE para 2008. Em política, sabemos que não é fácil falar para todos, falar bem de todos e muito menos fazer bem a todos. Se privilegiamos os pobres chamam-nos populistas. Se privilegiamos os mais abastados, acusam-nos de ceder a clientelismo, e somos gatunos, burlões, desonestos, oligarcas, – até fascistas!
O meu avô materno fundou há muitos anos uma empresa de abastecimento de combustíveis em Castelo de Vide. Fundou e geriu muitas outras coisas com trabalho, com muito trabalho. Trabalho, ou excesso dele, que em conjunto com slogans de uma certa esquerda encendiada pelos tempos do Prec, acabou por ajudar a matá-lo precocemente. Já não o conheci. Mas conheço muitos que para ele trabalharam e que ainda hoje, de lágrima ao canto do olho, se me dirigem nas ruas de Castelo de Vide e me dizem: - Sei quem você é, é o neto do senhor Faustino. Foi um grande homem! O melhor patrão que eu já tive.
Imagine-se!!! Naquele tempo!
O meu avô, o tal que nunca conheci, acabou por ter uma responsabilidade determinante no meu posicionamento e ideologia política. Os seus ensinamentos foram-me passados pela minha mãe, em questões essenciais como a correcção nos comportamentos, a lealdade, a honestidade, a perseverança e a luta contra a injustiça.
Essa gasolineira ainda hoje existe mas ressente-se muito da concorrência das gasolineiras do outro lado da fronteira. Felizmente nem eu nem os meus pais vivemos do que esta empresa nos dá. Não dá nada! Vamos mantê-la enquanto não der muito prejuízo. Há uns anos vendíamos cerca de 3 milhões de litros / ano e o lucro nem era muito. Neste momento vendemos cerca de 0,9 milhões de litros. Conseguimos negociar as saídas de alguns dos empregados mais antigos por reforma antecipada e só por isso não fechámos portas. Com o nosso sacrifício e o com o sacrifício dos empregados que mantivemos. Despedir seria sempre a pior solução, porque os nossos empregados representam para nós mais do que meros números numa qualquer estatística de desemprego.
Há instituições públicas que podiam vir para o interior e ajudar a repovoá-lo. Por exemplo, o que o INA ou certas universidade fazem no litoral? Os modelos gravíticos devem servir de referência, mas na gestão de um país há questões sociais a considerar.
Basta que o Governo queira. Dá-me a sensação que muitos dos ministros deste governo fazem mais a dormir do que acordados. Parece-me até que a melhor decisão que o Sr. PM toma nas 24 horas do dia é a de se ir deitar! Haja vontade e perseverança para aguentar.
Obrigado, Dr. Santana Lopes, por ter mencionado este assunto no seu discurso. Muito Obrigado.
Daniel Carreiras da Silva
Se me permite Dr., tenho uma pequena correcção a fazer:
O Pedro Lamy não ganhou em Le Mans, mas sim em Interlagos, Brasil.
Conquistou o título mundial no campeonato de resistência Le Mans Series.
Apesar de terem obtido a pole position, um problema na embraiagem obrigou-os (Lamy e Sarrazin) a ter que arrancar no último lugar da grelha.
No entanto chegaram ao 2º lugar necessário para garantirem os 44 pontos de acesso ao título de campeão do mundo!!!
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