sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Whisper of the Wind

http://youtu.be/VwP6af78Ebw

Se algo insisto em lembrar aos meus alunos, é a relatividade das construções humanas. Mesmo as fórmulas que parecem mais consensuais e/ou imponentes em triunfos sobre outros modelos, nunca são muito duradouras. Então, fórmulas com alguma dose de artificialismo voluntarista, ainda menos.

Na Europa, os saltos na História dão - se, em média, de 50 em 50 anos. Os ventos que sopram não são no sentido de unir mas, antes, de quebrar os laços, ténues ou sólidos, que existem.

Os Europeus estão a voltar a sentir - se fartos uns dos outros. Com o que se tem passado, começamos a sentir saudades da nossa soberania, de não estarmos à espera de outros, para tomarmos as decisões que se impõem. Sabendo muito bem que todas as soberanias são limitadas e que há umas mais limitadas do que outras: as dos Países mais pequenos e /ou menos ricos..

6 comentários:

maria lisboa....... disse...

Os segredinhos de Bruxelas é que são cada vez piores!!!
Cada vez que vejo o Presidente do Banco Central Europeu fico mal disposta….
Faz-me azia…
É antiquado, nada visionário, um dos grandes culpados do avanço da inevitável crise criada pela Banca Americana e os Madoffs da vida.
Tramou a Europa mantendo os juros altíssimos durante demasiado tempo e continua a tramar inflacionando o Euro…
Mas agora fico em estado de choque…
Cada vez que olho para a Televisão e o velho aparece, vem com uma coisa de cabelo pintado, ridículo, com uns óculos antiquadíssimos, tanto como o novo patrão…Constâncio…
O que devia estar aqui sentado no banco dos réus a explicar como é que os amigos de Cavaco fizeram no narizinho dele o que lhes saiu da real gana e NUNCA supervisionou NADA lá no “abismo” chamado ainda BPN.
A Europa a desfazer-se.
Itália à rasca.
Espanha idem.
Barroso a mostrar que não manda nada nem sabe o que fazer. Está mais perdido que a Maria Antonieta no labirinto dos jardins de Versailles.
Isto está lindo. Estamos entregues a um bando de incompetentes que fingiram bem não sê-lo mas agora o verniz estalou!!!
Socoooooooooooorrrrrrrroooooooo!!!!

miguel vaz serra....... disse...

Ventos do mal,Dr. Santana Lopes.
É assustador que se passe em Londres o impensável.
Vi as notícias portuguesas e não dizem nada do problema real.
Falam duns motins por culpa de um tiro certeiro disparado pela Polícia a um homem da zona.
Dito assim parece ser algo ligeiro. Nem por sombras.
Esta zona é das zonas mais complicadas de Londres, ultrapassando Brixton em larga escala.
Existe um racismo muito grande mas da parte da comunidade negra. Sempre se deram mal com todos os outros, Hindus, Chineses, Paquistaneses e Latinos.
Ingleses brancos então nem vê-los.
Não são todos? Claro que não, mas são muitos.
Suficientes para queimar vários edifícios, alguns antigos muito bonitos e até um Supermercado de grande superfície, partir tudo por onde passaram, roubar lojas, queimá-las e saqueá-las sem que a Polícia fizesse absolutamente nada. Por isso digo que é assustador.
Num País em que há 2 décadas na Capital se podia comer nos passeios, as pessoas eram de uma educação atroz e não se ouvia um buzinar de carro tornou-se num desrespeito imenso por tudo e todos.
A Polícia tão permissiva como a nossa deixou este ódio e racismo crescer e agora não há como pará-los.
Há quem chame “Black Britain” a Londres e na verdade vê-se mais gente preta que branca nos auto-carros, Metro e Comboios.
Têm muito poder de compra e são arrogantes, até mesmo agressivos se olhamos duas vezes para eles.
Os seus avós, educadíssimos e gente trabalhadora que veio depois da guerra, têm vergonha desta geração de racistas.
O incidente foi com um homem preto que ia num Táxi que foi mandado parar pela Polícia. Essa foi recebida a tiro e respondeu da mesma maneira, matando o homem.
A família quer saber o que se passou e porquê e os amigos reuniram 300 pessoas para destruir o Bairro onde eles mesmo vivem, ou seja, não faz sentido algum.
A comunidade está de rastos.
Os negros não racistas, destroçados.
Homens e mulheres com medo do que ainda vai vir.
Muita atenção a Lisboa, Senhor Presidente Costa.
O Senhor tem que ser muito inteligente pois Lisboa vai rebentar a qualquer momento.
Veja as “discussões de salão” que têm havido nesses Bairros chiquíssimos que João Soares criou….Desmaiam e tudo. Donzelas de sais..
Só que desmaiam de alergia às balas que lhes entram pelo corpo e pelas facadas que os vizinhos lhes dão!!!
O mundo está louco e os políticos já não têm tratamento…

Anónimo disse...

O Miguel lança, no final do seu comentário, um sério aviso a Lisboa.
O nosso pacifismo, esta cínica maneira de querer parecer, vamos paulatinamente criando um conjunto de pequenos monstros, prontos a dar-se a conhecer. De quando em vez, vamos tendo algumas "apresentações", aqui e alí...
Lisboa redesenhou-se com os novos bairros Municipais. Com realojamentos feitos “ás três pancadas”, a cidade está completamente cercada por estes bairros. Nada de mais, apenas um alerta para o perigo real que é não estar presente ali, onde o perigo é real.
Somos pacíficos, é certo, mas Londres também o era!
A cidade de Lisboa ( e quem a governa), não pode continuar a “assobiar para o lado”, numa falsa noção de que está tudo bem, e não fazer nada, rigorosamente nada, para a inserção social e económica das pessoas que residem nestes locais.
Não é com planos e mais planos que se humaniza uma cidade. É com gente, com conteúdos e com alma.

Quando o Dr. Pedro Santana Lopes era presidente da Câmara de Lisboa, teve uma frase que me marcou e que tentarei aqui reproduzir:
“dentro da casa das pessoas não posso interferir, mas no ambiente que as cerca, que as envolve, podemos intervir e melhorar o seu dia-a-dia”
É disto que Lisboa precisa, apontar soluções para que, as pessoas que aqui habitam, possam fazer o seu caminho e encontrar o seu espaço.

Hugo Correia disse...

A ler...

http://www.ionline.pt/conteudo/142011-joao-duque-a-europa-vai-se-desmoronar

Hugo Correia disse...

Reforçando, talvez, uma frase reproduzida pelo comentador anónimo, transcrevo alguns destaques do livro "A Cidade é de Todos"...

«Quem começa a lidar com o governo de uma cidade e a tentar resolver os seus problemas, apaixona-se quase sempre por esse trabalho. Não é preciso ser mais humano ou mais solidário que os outros. Mas todos nos preocupamos com as condições de vida dos que mais precisam quando delas temos conhecimento directo e as podemos alterar para melhor. Trata-se de um trabalho difícil de largar. [...] Na Figueira cumpri o meu mandato. Em Lisboa, ele foi, de certo modo interrompido. Foi mesmo!»

«Em Lisboa, fiz um trabalho que quero continuar e, goste-se ou não, tenho um caminho bem definido. Dou prioridade ao repovoamento, à reabilitação, à política de bairros, à construção de equipamentos ou jardins ou piscinas, para haver menor mobilidade de um lado para o outro da cidade.»

«O presidente de Câmara tem de estar próximo daqueles que precisam. As pessoas têm de saber que a sua comunidade as reconhece e se preocupa com elas. Há muitas formas de solidão e outras tantas de ingratidão. Se houve um desamparo, as pessoas têm de se sentir amparadas.»

«Gosto de ir trabalhar, avisando à última da hora. E gosto mais ainda de ir sozinho aos sítios, ver o que está feito, verificar se a obra está a andar, saber o que faz falta, falar com as pessoas e ouvi-las.»

«Governar uma cidade é descobrir os cantos mais recônditos onde, por vezes, vive um casal sozinho e esquecido - como há tempo vi em Marvila - e que foi o único a não ser realojado, entre dezenas que o foram. É, portanto, andar sempre à procura daquilo que não se sabe mas que, por vezes, mais precisa de cuidados.»

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Hugo Correia disse...

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«É preciso, de facto, ter uma governação ecuménica, dirigida para todos, onde todos se sintam representados e onde todos possam entrar. Quando penso nisto, sinto que há tanta coisa para fazer.»

«Em Lisboa é conhecido o problema que existe de desertificação do centro com a saída da população para os concelhos limítrofes. Esta tendência levou à perda de um terço da população desde o início da década de 80. O abandono gera insegurança, falta de cuidado com o edificado, falta de vida do centro da cidade.»

«Embarguei as obras de um prédio construído em cima de uma entrada de Lisboa [...] e mandei decapitar um piso na rua das Açucenas onde construções municipais tapavam a vista e o enquadramento das pessoas que moravam e moram ali no Bairro da Ajuda. Foram medidas duras [...]. Mas a legalidade, a qualidade de vida das populações e o ordenamento da cidade impõe-se sobre o imediatismo casuístico de algumas situações.»

«Em Lisboa, as populações da Madragoa, de Santa Catarina, enfim, de várias freguesias, tinham de se deslocar para o Belenenses no Restelo ou para as piscinas do Areeiro, do Campo Grande ou dos Olivais [...]. Em vez de terem onde praticar natação no seu bairro em piscinas como as sete que construí em pouco mais de três anos. Quem o fez antes de mim? Factos!

«É vital que essas pessoas se sintam em condições mínimas de igualdade com as outras camadas da população do concelho. No Governo de uma cidade é fundamental não discriminar, as pessoas sentirem-se integradas na comunidade e isso, por vezes, tem a ver até com pequenos pormenores.»

«Dentro da Política de Bairros, um dos aspectos mais importantes é da existência de espaços verdes perto de cada bairro. [...] Defendo a criação de espaços verdes mais alargados que procurei em Lisboa e requalifiquei. No primeiro mandato, abri a zona verde da Quinta das Conchas, no Lumiar, fiz o jardim do Arco do Cego e tratei de Monsanto. Mais gostaria de ter feito. Espero fazê-lo no próximo mandato.»