sexta-feira, 9 de abril de 2010

Citações por outrém

Enviado por Hugo Correia(peço desculpa, foi em Vila Nova de Gaia que o conheci)

O PRINCÍPIO DO FIM

(continuação)


«Numa entrevista, muito clara e frontal, a O Independente, a 8 de Outubro, Morais Sarmento expõe o que pensa sobre a questão mediática. «É a notícia sobre o acessório e nunca sobre o essencial, é a notícia sobre a cebola de duas cabeças e sobre o bébé recém-nascido que matou a mãe, ao invés da notícia sobre as questões de Estado e da actualidade internacional. Isto tudo não passa de um episódio.» Depois adianta: «Na maioria dos casos em que o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa se pronunciou sobre matérias da minha responsabilidade, identifiquei a superficialidade ou a subjectividade de que tantas vezes ouvi outros queixarem-se. (...) A questão essencial é saber se estamos, ou não, perante a tentativa do Governo em interferir ou condicionar as políticas editoriais de um operador de comunicação social-e sobre esta matéria quero dizer (...) pela primeira vez (o Governo) se preocupa, não em controlar a comunicação social, mas em criar condições sérias de reforma e de futuro para o sector. (...) Merece a atenção dos portugueses saber se estamos a viver num tempo em que a liberdade de expressão é condicionada. A resposta é 'não'. Essa hipótese só pode ser colocada pela má memória do que foi a práctica de funcionamento entre o poder político e a comunicação social durante muitos anos. (...) A questão do Prof. Marcelo de Sousa é outra: ele tem uma qualidade intelectual por todos reconhecida, da mesma forma que se reconhece que não teve, em vários momentos, isenção e objectividade na análise à actuação do Governo, ou mesmo do Presidente da República. Dizer isto não pode ofender ninguém. É normal haver o direito de comentar um comentário, e qualquer membro do Governo podia tê-lo feito.»
«Há uma relação absolutamente ilegítima entre aquilo que foi dito por membros do Governo e a cessação dos comentários do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa. Se assim fosse, eles teriam cessado quando o próprio Presidente da República se pronunciou directamente sobre eles. É um disparate intelectualmente desonesto estabelecer essa ligação de causa/efeito neste episódio.» Foi uma entrevista correctíssima.»


Pedro Santana Lopes, Percepções e Realidade(Novembro 2006)

Continua...
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3 comentários:

Anónimo disse...

Se o Sr. Dr. Santana Lopes não for a Carcavelos, "aquilo" não dura até ao almoço de amanhã.

Os melhores cumprimentos

JB disse...

Mas não se trata mais do que prestação de vassalagem e ver pessoas muito activas agora (finalmente)porque levaram anos a reagir ainda que eleitas para cargos com visibilidade.

Afonso Henriques disse...

Lá vem o Dr. Luis Filipe Menezes fazer o frete ao Ângelo Correia, dizendo que o PDS não pode estar condicionado à agenda do Presidente da República. Alguém se esqueceu que o Prof. Cavaco Silva não é um Jorge Sampaio, e assim sendo, Passos Coelho não chega a PM.