Interessante perspectiva no artigo de François d'oOrcival, no Figaro Magazine, sobre o significado das recentes eleições americanas. Pergunta o Autor se estará devidamente avaliado o que significa a ida às urnas de milhões de Iraquianos para escolherem em dez mil locais de voto entre seis mil candidatos para elegerem 325 Deputados.
Para além do que representa na evolução daquele País, depois da liderança de General Petraeus, tem também um efeito moralizador para a ação em curso no Afeganistão.
Afinal, a linha de George W. Bush está a dar resultados no Iraque e a de Barack Obama pode consegui - los no País de Hamid Karzai..
9 comentários:
As consequências da invasão do Iraque são sobejamente conhecidas. Tratou-se de uma guerra desencadeada com argumentos comprovadamente falsos e provocou, e continua a provocar, danos humanos e materiais sem paralelo em comparação com conflitos congéneres. Para mais, a decisão do idiota Paul Bremer de dissolver a administração pública e o exército lançou o país no caos. A contabilidade da invasão apresenta um saldo tragicamente negativo: aumentou inequivocamente a instabilidade no Médio Oriente, em nada contribuiu para a paz na Palestina (como alguém se atreveu a dizer), favoreceu o regime iraniano, devido ao apoio que recebe da população xiita do Iraque, acabou com a convivência pacífica dos diversos credos no país (nunca, antes da invasão, alguém perguntara ao vizinho qual era a sua religião), provocou em todo o mundo árabe e islâmico um verdadeiro ódio ao Ocidente, em especial aos EUA e ao Reino Unido, permitiu a instalação na região da Al-Qaïda até então combatida por Saddam, cavou um fosso entre muçulmanos sunitas e xiitas, agravou o problema curdo, fomentou o fundamentalismo islâmico, e por aí fora. Claro que permitiu o controlo do petróleo pelas companhias internacionais e permitirá que grandes empresas ocidentais obtenham contratos milionários para a reconstrução do país. Mesmo numa cínica óptica ocidental-liberal, não chega, como parece ser hoje um consenso universal.
Decorridos 7 (sete) anos, ao observarmos o Iraque constataremos que continua ocupado (até quando?) por tropas estrangeiras, que a invasão devastou praticamente toda uma região, a Mesopotâmia, berço de civilizações e célebre desde a História mais antiga, que foram danificados ou destruídos locais ou peças arqueológicas de valor inestimável, insubstituíveis para o estudo das épocas remotas, que se registou uma pilhagem de objectos artísticos sem precedentes nos tempos mais recentes. A juntar a tudo isto, que não é pouco, deve contabilizar-se a tragédia humana: esta guerra, e a inevitável guerrilha subsequente, provocou já milhões de mortos, feridos, estropiados, loucos, desalojados, deslocados, enfim, todo um cortejo de horrores que nenhum pintor (que eu saiba) ousou ainda retratar na tela. Sendo os iraquianos as principais vítimas, não podemos esquecer os soldados estrangeiros que, até hoje, pagaram, muitas vezes com a própria vida, o preço de uma guerra motivada pela ganância dos homens que, ao morrer, nada levarão no seu caixão além do próprio corpo. Porquê, então, toda esta obstinação do lucro, toda esta loucura de dominação, toda esta corrida desenfreada para o abismo? É uma interrogação pertinente que deverá ser colocada aos especialistas capazes de lerem os desígnios da "alma humana".
Nada, contudo, demoveu George Bush, incondicionalmente apoiado por Tony Blair, da sua pretensão de invadir o Iraque. O pretexto consistia, pois, no perigo de existência de armas nucleares e na piedosa intenção de democratizar o Iraque; a razão verdadeira era mais prosaica e menos confessável: a apropriação das reservas petrolíferas do país. Houve até alguém (cujo nome obviamente já esqueci) que disse na altura, aludindo ao conflito israelo-palestiniano, que o caminho para Jerusalém passava por Bagdad. Essa gente – e devem incluir-se Dick Cheney, Donald Rumsfeld, Paul Wolfowitz, e toda uma legião não só na América mas também na Europa - não teve, nem tem, o menor sentido de decência e de vergonha e deveria ser submetida a julgamento em tribunal internacional (como em Nuremberga) por crimes contra a Humanidade.
Karzai está para o Afeganistão, como Sócrates e Passos Coelho estão para Portugal, uma armadilha.
Por muito interesse que este POST tenha, caro amigo e companheiro, santa paciência, mas o que verdadeiramente me interessa são as directas no PSD, pela relevância que têm (ou melhor dito: terão) no futuro de Portugal (que tão maltrato tem tido sob a égide do (des)Governo actual).
Assim sendo, atendendo ao seu "silêncio", e após acompanhamento de todos os debates, análise de programas, decidi apoiar Pedro Passos Coelho, isto porque:
a) Convenceu-me acerca das "reticências" relativas à tardia (por muitos acusado) conclusão das suas habilitações académicas e profissionais;
b) Conhecimento demonstrado sobre "dossiers" actuais (mormente Gestores Publicos):
c) Posição FIRME assumida perante o PEC e a, eventual, moção de censura em caso de se confirmar as mentiras do actual PM;
d) Posição do Dr. João Jardim.
Sempre com a máxima consideração por si.
Bom dia,
Só perguntar, para quando mais informações sobre a capital? Para quando o site da vereação que representa? É bom saber (no que aos lisboetas, e não só, diz respeito) que a sua equipa mantem grande empenho em ajudar a cidade a ultrapassar problemas complicados. Por exemplo, a vossa intervenção e posição sobre o contrato da Red Bull Air Race parece ter sido determinante para um desfecho mais equilibrado. É mesmo assim? Há mesmo alteração na utilização exorbitante de dinheiros público que estava prevista? Clarifique-nos.
Nota: constata-se que um seu fervoroso 'apoiante'(pelo menos aqui expresso por muitas vezes e sendo ele, claro, a mesma pessoa) também se rendeu aos encantos do Pedro Passos Coelho. Ver comentários no "Irritado". Então Pedro Santana Lopes não era o único?
é realmente muito interessante
Desconhecia que já estava activo.
www.lisboacomsentido.com
Dizia Belloc, a propósito da religião islâmica, que estando as relgiões na base de todos os movimentos e mudanças políticas, estaríamos na presença de um equilíbrio instável dado tratar-se de uma religião fisicamente paralisada mas moralmente de grande vivacidade. Segundo aquele historiador poderíamos vir a observar de forma mais breve do que pensamos à ressurreição do maometanismo que,inexplicavelmente, perdeu a primazia técnica para o Ocidente de forma súbita.Provavelmente, este fenómeno já se estará a dar e o minimizar dos factores religiosos pela coligação anglo- americana poderá ter sido um bom pretexto para arrumar de vez as contas com os "herodianos" actualmente no poder em muitos países árabes devido à incapacidade que têm mostrado nos últimos anos para impor soluções seculares do tipo ocidental.
Por isso a prudência aconselha que se continue o abservar com muita atenção pois o facto é que as soluções militares (Iraque e Afeganistão) não estão a ser tão eficazes como se supunha.
Está chegada a hora da escolha só espero que o eleito não seja o Passos Coelho.A mim não me convence.
A sua (dele, Coelho)colhete apareceu hoje na tv, não a sabia tão próxima do BE, se os seus apoiantes forem todos assim, o Rangel está garantido, e para bem do partido, porque de contrário virei aqui pedir ao Dr. para avançar com outro partido, aliás já o devia ter feito.
Será que alguém do PSD pensou como o Sampaio, quando dissolveu o parlamento ao ver o PS suficientemente forte? Será que esperaram ver o PSD mais forte depois das eleições e deixaram passar o PEC?
Era uma boa ideia, mas é utopia da minha parte, quando se vê o saco de gatos assanhados, que se tornou o PSD.
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