domingo, 21 de fevereiro de 2010

Elucidativo

Muito boa gente devia ter visto o programa sobre Frank Ghery que passou, hoje, na RTP2.
Passaram cerca de cinco anos. O Parque Mayer continua à espera. O mal que faz às pessoas a política politiqueira. Infelizmente, não temos direito.
Entretanto, começou a obra do novo Museu dos Coches... Uns podem!

16 comentários:

BAires disse...

Eu estive a ver!
Deu para perceber que uma obra de Frank Gehry é uma referencia em qualquer cidade, Lisboa optou por perder a oportunidade!
Por mim o Porto pode recebe-la!

MG disse...

Dr. Pedro Santana Lopes,

A propósito do Parque Mayer, deixe-me dizer-lhe que acho que deve ser dos poucos políticos, ou talvez o único, à direita do PS que consegue obter o apoio e simpatia de um grande número de actores/artistas. O que não é fácil, pois de uma forma geral a cultura e o espectáculo deslocam-se mais para a esquerda.
Por que será?
Muito bom sinal, não acha?

Candidatar-se, É PRECISO!

silva-1 disse...

Permita-me discordar, todo o processo do Novo Museu dos Coches levanta variadas questões, e não pode nem deve ser comparado com o Parque Mayer.
A única comparação possível, é de facto a utilização de dinheiros das contrapartidas do Casino de Lisboa, e se for 31 milhões de euros, conforme as noticias que têm vindo a público, não deixa de ser absolutamente vergonhoso, pois esta somas poderiam reforçar a grande prioridade que é hoje ou que deveria ser a reabilitação urbana e a recuperação do património, para não falar de quem teve a iniciativa destas contrapartidas e de toda a polémica que este processo levantou à época pelo inquilino do palácio vizinho, quero imaginar o que seria hoje a Avenida da Liberdade se lá fosse implantado o casino.

Mas, gostaria de salientar vários aspectos pelos quais não deve ser comparado:
Enquanto que no Parque Mayer a insere-se num processo de reabilitação o outro não. No Parque Mayer iria promover toda uma zona de influência, ou seja a obra do polémico arquitecto Frank Gehry, (de quem não sou grande adepto, mas que naquele local não teria grande impacto, faria inclusivé "algum sentido pois a 5ª fachada, a cobertura iria ser vista para quem desce ou passeia pelo jardim, ou seja a fachada-cobertura orgânica do edificio do Parque Mayer iria ser o ecrã do fundo do jardim.
A recuperação deste edificio iria de facto dinamizar toda uma zona.
Toda a zona seria valorizada, as malhas urbanas adjacentes não iriam sofrer com a situação, é aqui que um Estudo de Impacto Social se revela de extrema importância, o edificio funcionava como catalisador.
Não podemos esquecer que a ideia subjacente à construção do Museu em Bilbao teve uma componente política bastante forte. Para além dos turistas serem afastados por via do medo desta região, o País Basco, esteve muito afastado dos eventos que foram realizados, a saber: Madrid-Capital Europeia da Cultura; Barcelona-Jogos Olímpicos; e Sevilha-Exposição Mundial. Não era o caso em Lisboa.
(continua)

silva-2 disse...

(continuação)
Já novo Museu dos Coches, vai ter um enorme impacto negativo sobre toda zona.
Basta ver as cotas altimétricas para nos apercebermos da violência: a cota do cruzamento anda 5metros ou seja o peão tem uma relação com a altura da envolvente, uma escala de cerca de 10 metros, desta forma a cumieira do Picadeiro Real a 10metros, o jardim do Palacio de Belem encontra-se a 6metros (do nível da rua), na outra esquina temos um edificio com 12metros e uma média do edificado de cerca de 17metros, do outro lado da rua os edificios são mais baixos de 6metros a 10metros (pois já estamos a 6metros do nível do mar). O jardim publico torna-se complementar do jardim do palacio.
Ora o museu relaciona-se de forma negativa com a sua envolvente pois tem cotas superiores, terá impacto negativo na implantação na malha urbana existente, que tem um aspecto interessante a saber, a complementaridade do jardim publico com o jardim do palacio "poder".
Em termos de implantação, apresenta-se de uma forma isolada, "destruindo a rua", conforme dizem os vários teoricos especialidade (a destruição da rua servia para não permitir as relações/reuniões entre a comunidade ou vizinhança), pratica urbanista retrógada muito em voga nos anos 50 a 60, e que infelizmente no nosso país se prolonga ad eternum. Em termos arquitectónicos uma qualidade duvidosa, pois não se compreende o porquê de um barracão sobre-elevado para ver os coches barrocos. Uma pala de Siza visitável, um silo de coches sobre elevado, com um espaço sombrio ao nivel da rua "uma espécie de forum" (ideia muito estúpida e só quem não sabe como funciona uma cidade poderá querer impor uma situação destas) por baixo do edificio, quem por la passar vai sentir uma sensação de esmagamento, o jardim espaço publico deixa de ficar contido.
Alguns teoricos da especialidade têm uma grande admiração pelo modernismo do tipo Brasilia, este saudosismo bacoco, aliado a um revivalismo ideologico pretensamente poetico das teorias dogmaticas marxistas, iremos ter um edificio do tipo bolo de noiva, um pastiche modernista horrivel e desenquadrado, com envelhecimento precoce, prejudicando o enquadramento urbano e as vistas sobre o rio. Esta sensação pode já ser verificada no infeliz mega-edificio da Fundação Champalimaud junto ao forte do Bom Sucesso, mais uma oportunidade perdida para Lisboa.

Peço desculpa por me ter alongado.

Anónimo disse...

Sr. Presidente
Eu estive a ver!...
Grandes obras ...
Infelizmente, para a cidade e para Portugal,perdeu-se a oportunidade!!

carlos arinto disse...

Foi um óptimo programa e uma oportunidade perdida para Lisboa que continua mesquinha e anã.
Pensamos pequeno e temos medo das pessoas que pensam com a dimensão do mundo.
Cumprimentos

João disse...

Dr. Santana Lopes

Sou um jovem de Viseu (Mangualde) e venho por este meio demonstrar a maior admiração que tenho por si! É por isso que é e vai continuar a ser a minha referência no percurso politico e pessoal!

João

Jorge Diniz disse...

{"Nunca escondi a ligação ao CDS, apenas disse que não me recordava de me ter filiado", afirmou ao DN Paulo Rangel, a propósito da polémica sobre a sua ficha de inscrição no partido liderado por Paulo Portas. O candidato à presidência do PSD frisa que sempre admitiu ter participado no Conselho Consultivo dos centristas a convite de Portas.}

Faça rupturas. Acabe com "isto". Mostre que em 2005 aconteceu um "golpe de Estado", ajudado por MFL, e também pelo seu "delfim".

Anónimo disse...

Caro Drº. Pedro Santana Lopes

Por favor, avançe! o povo de Lisboa e não só, está consigo.

C. Vasconcelos

Diogo Agostinho disse...

Que pena que neste país a ideia provinciana, com o pior que pode ter a palavra, vence...

Anónimo disse...

Passei só para ver.
Este seu blog não tarda parece um duelo medieval, blogueiro. Tenho que ir buscar um elmo.Talvez a Decathlon tenha. :)

Anónimo disse...

Ainda na 2ª feira estive a comentar esse assunto com os meus alunos de arquitectura do 2º ano!
O tempo que se perde e a oportunidade que se perdeu!

Jorge Diniz disse...

Que tal organizar um congresso sobre "Politica, Ética, Valores e normalidade".
Convide figuras de todos os quadrantes, mas em que 50% sejam figuras publicas (leia-se, conhecidas) e 50% "desconhecidas do público" (leia-se, anti-publicas), a fim de exercerem o contraditório.
Use o seu "mediatismo" na promoção desse Congresso.
Verá que os ditos normais, apesar de "amedrontados", aparecerão e querem outras POLÍTICAS.
Marcarei presença dentro dos normais.
Estou farto de ouvir dizer que os normais são considerados animadores de "cabalas" e bloqueadores de outras "liberdades".

Jorge Diniz disse...

Fiquei com a sensação que MFL, depois de ouvir as declarações que, de modo prestou à SIC, conhecia (e aprovou) a intenção da compra da TVI por parte da PT.
MFL ganhou, nas directas a presidência do PSD com base na "credibilidade". Com esse pressuposto, o meu amigo e companheiro foi positivamente "metralhado" e quase "morto" (politicamente falando).
Com esse desiderato, todos os dirigentes ligados a "isso" perderam essa "CREDIBILIDADE", conquanto perderam as eleições e permitiram que a actual "quadrilha governativa" continue no "AFUNDANÇO DO PAÍS".

Por isso, seja o 4º (leia-se GANHADOR) candidato a Presidente do PPD/PSD.

Anónimo disse...

Ó Pedro, sendo a ideia sua, acha que podiam permitir que fosse avante?
Olhe, abençoado túnel do Marquês que esse está feito e é uma obra excelente. Sempre que lá passo lembro-me de si e do que passou por ele. Lembro-me daquele parasita que infelizmente deu um prejuízo de milhões de euros à edilidade mas que é recebido como filho pródigo do bofe socialista sabe-se mais lá o quê nos passos e nos braços do concelho.
Os inúteis são premiados. Os úteis são afastados. Se assim não fosse, como explicar a tragédia que este PM impôs ao país levando-o para a miséria económica, social e familiar para as próximas décadas? O crime compensa em Portugal.Compensa muito. Mas o dinheiro está no fim, e os portugueses finalmente vão perceber um bocado melhor como se faz política cá pelo país.

Ernesto Sousa

João Sacadura disse...

sou um apaixonado por arquitectura desde há muitos anos. conheços a obra de gehry (também ao vivo) muito antes de a tinta ter corrido sobre o parque mayer.

este seria o último dos sítios onde uma obra deste arquitecto faria sentido. por várias razões que têm que ver com o estilo particular de gehry este precisa de espaço, de recuo para se poder ver a obra.
é uma pena que a construção de um CCB não tenha aproveitado a excelência deste arquitecto (ou de outro de igual calibre): obviamente que se perdeu uma oportunidade de dar à cidade uma grande obra,
mas na altura os decisores eram pessoas pouco sensíveis a cultura, e preferiram o políticamente correcto de ser um gabinete português a desenvolver o projecto.
politiquices, verdade? pois.
dito isto, não se venha chorar quanto a uma subserviência provinciana a um grande nome.
Por muito que me ogulhasse de ter uma obra de gehry em lisboa (ou de foster, ou mais calatrava, ou hadid, zumthor...) O parque mayer precisaria - obviamente - de um concurso, tal como precisaram de concurso todas as grandes obras.
uma adjudicação directa é subserviente, provinciana e até uma forma de procurar um grande nome para comprometer um projecto mediático, que foi conduzido de uma forma infantil - veu-se no que deu...