quarta-feira, 13 de maio de 2009

Razões várias

Em relação ao projecto do Terreiro do Paço e às várias e interessantes opiniões sobre ele, devo sublinhar que, por ora, entendo não me pronunciar. Aliás, e como é óbvio, nenhuma destas posições tem a ver com o respeito que é devido ao Arquitecto Bruno Soares e à sua equipa.

Aquilo que contesto, em absoluto, é o facto de se começar pelo fim e de ser outra entidade, que não a Câmara Municipal, a querer realizar esta intervenção. É algo de inaceitável e só possível de conceber num tempo de especial complacência para quem tem exercido o Poder.

Para além disso, o ponto é que ninguém quer mais obras, agora, no Terreiro do Paço. Há mais de dez anos que a Praça mais bonita de Lisboa- e não só- está sujeita à incompetência de sucessivas obras socialistas.

11 comentários:

Macaco Zarolho disse...

Compreendo que por agora não queria comentar o projecto. Contudo gostaria de saber qual é o poder do presidente e do seu executivo sobre estas matérias.

Obrigado,
O Macaco

Inez Dentinho disse...

Estive em Roma recentemente e deu--me gosto ver como - sem complexos de «aggiornamento» - hoje os italianos deixam a cidade existir naturalmente sem estarem sempre a intervir na estética que a edificou em cada época.
Em Lisboa houve a moda de acatitar os largos antigos com os chamados «apontamentos» ou intervenções de gosto duvidoso ditadas por uma arquitectura de protagonismo mais do que por uma arquitectura de serviço. Foi assim, por exemplo, no largo da Encarnação ou na alteração da antiga bica que refresca o início da Rua do Século. Parece que a criatividade dos nossos artistas passa por se imporem a todos nós, à beleza das pedras antigas, ao respeito pelo que pertence ao tempo, passado e futuro. Agrada-me que tenha no Manifesto eleitoral a regulação das intervenções no espaço público.

Ivo Filipe de Almeida disse...

Doutor, ainda a semana passada em caminhada com colegas meus de faculdade, estive no Terreiro do Paço, onde muitos turistas, tentavam molhar os pés no Tejo, aproveitando uma especie de plataforma, bem junto onde eu antigamente apanhava o barco para a margem sul. Água de cor verde, e sem ser preciso olhar mais ao largo, para focar algumas centenas de ratos, inchados a boiar. Entre «disgusting» e «dégoûtant», lá fui ouvindo os turistas caracterizarem esta parte da nossa cidade. Fiquei triste, e pensei para mim mesmo, Isto poderia ser tão bem explorado, poderia ser realmente aproveitado. Há obras, e sinal de tudo menos melhorias. Saudades, quando em novo, ia com o meu pai ao Terreiro do Paço, e tentava aumentar a minha colecção de selos. Fazia-me sentir Português.
O que vi não são boas vindas para ninguém. Aliás, são, mas apenas para aqueles turistas de leste, que vêm dar uma mãozinha nas (como é o caso) obras disparatadas. Termino, e digo que a palavra por agora, é aquela que os turistas tem dificuldade em traduzir, mais uma vez, Saudade.

silva disse...

A Praça do Comercio ou Terreiro do Paço é única, já todos sabemos não existe exemplo igual.
A cidade de Lisboa não é concêntrica, e devida à sua morfologia não permite determinadas acessibilidades que gostariamos. Por outro lado aqui reside a sua rara e extraordinária beleza e é justamente esta que deverá ser desenvolvida e promovida.
E por mais voltas que se possa dar infelizmente não será possível retirar o transito de atravessamento, poderá ser diminuído mas nunca retirar na sua totalidade com risco de agravar outras situações a montante.
Seria útil deixarmos o tabú, e de comportamentos antiquaristas, querer por um lado enaltecer de forma historicista e por outro intervir de forma contemporânea. Como se tivessemos medo da história, do nosso passado.
O Terreiro do Paço necessita de uma intervenção tranquila que permita o seu usufruto, um desenho de placa central em que o rei não seja a figura central, que se avance sobre o rio 10 metros de forma a permitir a circulação e passeios, que permita um alargamento do passeio ao longo da arcada sem retirar a sua individualidade, que permita concluir as coberturas dos torreões para sua afirmação.
Uma praça de celebração da vida com sentido para todos, porque somos Portugueses.

Luis Melo disse...

Números pornográficos

A JP Sá Couto ganhou a liderança do mercado nacional de portáteis no primeiro trimestre de 2009 em virtude das vendas do portátil Magalhães. Neste período, a empresa portuguesa apresentou um crescimento de 3.311,4% face ao mesmo período de 2008, o que correspondeu a 212 mil unidades vendidas.

São simplesmente pornográficos os números obtidos pela JP Sá Couto (empresa que devia dinheiro ao estado). Um crescimento de 3.300 % !!! Quando todas as outras empresas concorrentes estão com imensas dificuldades, esta empresa amiga do governo, tem resultados destes. Numa altura de crise, não seria melhor dividir "o mal" pelas aldeias? Para Sócrates (o delegado comercial de vendas da Microsoft) não.

Anónimo disse...

Olha, olha, a Inez Dentinho!
As santanetes estão todas a saltar da toca...Umas loiras, outras morenas... De olhos azuis, verdes ou castanhos...A história irá repetir-se? As parasitas do costume...

Florbela Silva disse...

Dr. Pedro Santana,

Queria lhe dar os parabéns pela entrevista dada na revista "Sábado" cujo local foi muito bem escolhido - Chelas.
Para quem não saiba, esta zona é uma das primeiras áreas de realojamento das muitas pessoas que foram retornadas e recebidas em Lisboa das nossas ex-colónias.
Se me permite a opinião, sendo habitante na zona da Bela Vista, zona bastante preveligiada principalmente pela vista, tenho uma opinião muito crítica sobre a forma como a Câmara nos diversos mandadtos tem gerido estes bairros.
Contráriamente aos projectos de bairros sociais, como por exemplo, Olivais, houve o cuidado de fazer uma integração plena das várias difderenças sociais; Quanto ao projecto social de Chelas houve a preocupação de formar "ghetos" e isolar as populações como se de um vírus mexicano se tratasse.
Estas zonas ficaram esquecidas e devem ser vistas como um projecto de humanização não como de aniquilação social.
Pelo que, dou-lhe os parabés por não temer ir há "tasca" e beber pelo gargalo da garrafa.Desafiava de facto nosso PM a pôr os pézinhos nestes locais para saber o que é viver em sociedade.
Força é assim que se faz política...no terreno e abrir o peito e não ter medo de falar com as pessoas que são iguais a tantas outras.

Flor

Inez Dentinho disse...

Nem Santanete, nem parasita. Muito menos transmissora de calúnias sob a capa do anonimato.
Há-de conhecer poucos com a minha capacidade de trabalho e independência de espírito.
Acompanhei Pedro Santana Lopes na CML, no Governo e na ausência do poder. Poucos o fizeram. Saia o Senhor da toca em que se esconde.
Pede-se mais respeito. Mais coragem. Experimente. Verá que não é difícil.
Quanto ao Terreiro do Paço, o que pensa do projecto? São assuntos que nos unem neste espaço. Não considerações pessoais sem escrúpulos.

Jose Tomaz Mello Breyner disse...

Caro Dr Santana Lopes

Em relação à sua candidatura gostaria que me esclarecesse o seguinte :

1- Qual o objectivo do convite ao PPM para fazer parte da sua coligação na candidatura à CMC?

2 - Acha que o PPM representa os Monarquicos Portugueses?

3 - Tem conhecimento das declarações do Sr Deputado Camara Pereira, lider do PPM em relação a SAR O Senhor Dom Duarte de Bragança?

Desde já lhe agradeço a resposta.

Cumprimentos

miguel vaz serra... disse...

Dra.Inéz Dentinho
Li hoje todos os comentários e mais uma vez tenho prazer em apreender a sua forma de escrever, peculiar, inteligente mas de leitura fácil..Não é por acaso que esteve e está nos sítios certos, no momento certo e por isso...por isso a inveja de sempre, anónima, claro, pérfida e baixa.
Só assim escreve quem não é chamado segunda vez, sendo portanto fácil adivinhar de onde vem e o falhanço da primeira....Afinal...quem terá respirado Dum Dum?

Unknown disse...

Querida Inez: que saudades suas!

Bem sabemos que há quem não suporte a inteligência e a rectidão quando as não possui. Quem não tem valores e princípios não consegue compreender que há quem os tenha.
São estas mensagens anónimas a manifestação do desespero de quem sabe que os seus interesses (vis) e a sua mesquinhez estão prestes a ser postos em causa.

Receba um grande abraço meu,