segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Exigência complexa

Felizmente, cada vez se vai ouvindo mais que a saída para a crise só será possível quando estabilizem novas regras de funcionamento do sistema financeiro, nomeadamente, quanto ao acesso ao crédito por particulares e, em especial, pelas empresas. Mais e mais injecções de capital quase nada vão resolver.
A propósito de injecções de capital, noutro plano, e para falar num sector económico específico, repare-se no que se passa com a General Motors: depois de ter recebido um apoio substancial do Governo dos EUA, cerca de 13,5 mil milhões de dólares, vem agora dizer que precisa, pelo menos, de outro tanto, para não se apresentar à falência. E esta situação torna-se pública nas vésperas de terminar o prazo fixado para a empresa apresentar o plano de reestruturação a que se comprometeu quando da aprovação, pelo Congresso, do anterior apoio.

10 comentários:

Jorge Ortolá disse...

virá por aí outro escandalo financeiro como o das verbas desviadas para construir o Iraque ?

Pode ser e o tempo o dirá.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Que regras? A quem primeiro beneficiar com essas regras de financiamento? Aos grandes - como a General Motors - que, num estalar de dedos despedem milhares? Ou aos pequenos que - devagar, com maior ponderação e sofrimento - despedem milhões? Será o Estado a decidir. O que faria?

Anónimo disse...

Caro Dr Pedro !
Pois é !
Seguindo o meu «louco» raciocinio, que postei no seu artigo «Proposta Válida», vemos que no caso da GM o retorno do Estado americano foi zero .
E quando o retorno é zero , o resultado são os «buracos negros» na economia, porque para além de não ter o efeito de alavancagem , (que dá o emprego e estimula a procura) não estanca a hemorragia dos encargos, que continuam a correr por conta da divida e não só .
Não haja duvidas que estamos a viver uma situação de excesso de oferta . E quando isso não se trava a tempo, toda a economia vai desacelarando até chegar à deflação , que é como quem diz , toda a gente tem produto , quer vendê-lo e ninguém o quer (ou pode) comprar . Descem-se os preços , mas como as pessoas estão desempregadas e já precisam do dinheiro para comer , não compram.
Entra-se no ciclo vicioso e acabamos todos por ir viver para debaixo duma ponte (se ela ainda lá estiver ) e comer uma sopita!
O excesso de oferta é perigoso e tem que ser corrigido rápidamente e com coragem.
Reduzir «a cinzas» para renascer .
Na mitologia é o que fazem as Fénix !!!
Cptos

Nuno disse...

Pena é que estes responsáveis não digam toda a verdade. Andam a enganar e os resultados são conhecidos...

Anónimo disse...

Dr.Pedro Miguel
A verdade é sempre difícil de manejar no mundo das finanças.O género humano num só exemplar sofre mutações de envergadura admirável consoante os números da conta bancária como se de uma virose se tratasse.E depois existe o milagre da multiplicação.Nós por cá até fizemos já vários estudos sobre o assunto e chegámos á conclusão de que se no "dinheiro velho" não houver drogados nem jogadores esse milagre não acontece.As pessoas não sentem tanta necessidade de se mostrar...Agora quando se cresceu á base de dobrada a coisa complica-se.
Hoje e por falar de verdade nós por cá ficámos de boca aberta lendo a TSF online.
"Sampaio alerta para a necessidade de se falar verdade"...Diz o ex-PR que deve-se esclarecer sempre bem tudo e todos e que os trabalhadores não podem sentir-se aldrabados.
"Num almoço de empresários realizado na Câmara de Comércio e Indústria Luso-espanhola, o ex-Presidente da República explicou que os trabalhadores têm de ter a noção de que não estão a ser «aldrabados» nem que se lhes está a ser «enfiado o barrete»,diz a TSF......
"Atão" e o barrete que nos enfiou quando desfez um Parlamento com uma maioria absoluta?E a verdade do porquê?Alguma vez a disse?
nós por cá diríamos e já que a coisa era luso-espanhola : y porqué no te callas??!!!!!!

Anónimo disse...

Boa noite.

A saída para as crises é tratada preventivamente pelos sistemas de seguranças que simplesmente não existiram.

E tais sistemas de segurança visam um equilíbrio entre o direito ao lucro, e o dever simultâneo e reflexo de tal lucro perante a sociedade e os demais implicados na realização desse lucro.

Ora o que não existiu foi precisamente esse equilíbrio, essa exigência ética de contrapôr a um direito do mercado livre (o direito do lucro) um dever de dimensão proporcional (o da justa e ética retribuição desse lucro). E tal não existiu porque o fundamentalismo neo-liberal teve rédea solta desde os primeiros sinais do final da década de 80 e das inquietantes «experiências» financeiras que levaram ao crash bolsista que marcou o final dessa década.

Agora compreende-se que esse dissimulado capitalismo desabrido, de rapina, foi apanhado em flagrante, e ainda que a contragosto vai ter que mudar perante uma sociedade que já não o tolera quando ainda só se vê o «iceberg» financeiro acima da linha de água...

Os estados terão que mostrar porque são necessários e para o que são necessários, reformando o sistema financeiro de modo a que as consequências da presente crise originem lições fundamentais para legar ao futuro.

E sobretudo que se aprenda definitivamente que a liberdade de um mercado só é tolerável se a responsabilidade deste estiver à altura da liberdade proporcionada.

(sem rayas) disse...

Lê-se na Associated Press, que no seu “Plano de Estímulo Maciço” Barack Obama está virado para um atacar a crise de "execução de hipoteca de casa”. O seu objectivo é tentar impedir que milhões de famílias americanas percam as suas casas por não poderem cumprir com os pagamentos das hipotecas.

Este anúncio de Obama saiu um dia depois de Colocar em Lei um Plano de Estímulo Económico de 787 biliões de dólares que, espera, criará ou salvará 3.5 milhões de empregos.

É bom observar os gastos do Plano em tecnologias verdes, educação e cuidados de saúde bem como em reparações de vias e pontes, mas também em necessários CORTES(reduções) FISCAIS à classe média...

Entretanto... a General Motors e a Chrysler-LLC pediram outros 14 biliões de dólares...

Diremos, talvez, que trata-se da necessária confrontação de dois paradigmas, ...confinada aos Estados Unidos...???

Anónimo disse...

Pois é caro Nuno, aqueles que andam a enganar as pessoas a coberto de mostrarem trabalho vão ser punidos... É já em Outubro!

Ricardo Araújo disse...

Boa tarde Dr. Pedro Santana Lopes a unica solução para sair da crise depende da vontade de quem nos governa e aí só temos duas soluções; ou governa mal que é o que está a acontecer e o que sempre aconteceu, ou governa bem e para isso é necessario mudar quase tudo, e aí começarão os problemas em conseguir arranjar apoios para essas reformas.
Os partidos estão tomados por teias de poder e o que interessa é chegar a esse poder, não olhando a meios nem olhando as leis, o mais importante é o bem estar de quem está no partido, bem como os seus mais directos amigos e camaradas, o resto é como diz o povo, PAISAGEM.
Um grande abraço, cordialmente.
Ricardo Araújo.

Anónimo disse...

Dr. Pedro Santana Lopes

Para entender a crise financeira - The Last Laugh - Subprime

http://www.youtube.com/watch?v=CmGTnveyG7E