sábado, 18 de outubro de 2008

Muito difícil

Tudo parece encaminhado para Barack Obama. Vários órgãos de comunicação escrita vão declarando o apoio à sua candidatura. Todavia, no último debate, John McCain, em minha opinião, ganhou. Devia ter dito aquela frase, sobre Bush, logo no primeiro debate. Agarrou bem a questão fiscal e a propensão despesista dos democratas. Fez o que pôde. Mas o deflagrar da crise do sistema financeiro mudou o rumo da campanha. Nessa altura, McCain estava já à frente. A partir daí, tudo se alterou. Há circunstâncias em que nada se pode fazer. E, agora, já vai ser difícil inverter a forte tendência que as sondagens ilustram. Muito difícil.

9 comentários:

Bruno Gouveia Azeredo disse...

Não me diga que preferiria ver um senhor da guerra a ganhar as eleições americanas?!

Cleopatra disse...

Por mim, espero para ver.

Engomador disse...

Esqueceu de referir a cara com lingua de fora, que McCain fez quando se enganou no lado por onde devia sair no palco.
Matou tudo o que tinha feito de menos mal no debate.

Engomador.

Anónimo disse...

Dr. Pedro Santana Lopes

"WASHINGTON (Reuters) - A vantagem do candidato democrata Barack Obama sobre o republicano John McCain na corrida à Casa Branca caiu para três pontos percentuais, segundo pesquisa Reuters/C-SPAN/Zogby, divulgada neste domingo.

Obama tem 48 por cento das intenções de voto contra 45 por cento de McCain. A pesquisa tem uma margem de erro de 2,9 pontos.

O especialista John Zogby afirmou que o resultado é uma boa notícia para o candidato republicano e provavelmente reflete a perfomance de McCain no último debate presidencial, na quarta-feira passada.

"Pela primeira vez nas pesquisas McCain bate os 45 por cento. Não há dúvidas de que algo aconteceu", declarou Zogby.

Segundo ele, o senador por Arizona parece ter consolidado o apoio da base republicana, onde nove entre dez eleitores votam nele, além de ganhar terreno entre os independentes, que devem ter papel decisivo nas eleições de 4 de novembro.

A vantagem de Obama entre os eleitores independentes caiu, de sábado para domingo, de 16 para 8 pontos percentuais.

"Se essa tendência se mantém, será um alerta na campanha de Obama", disse Zogby.

Obama tem pedido que seus simpatizantes evitem a confiança excessiva. Boa parte das pesquisas mostram que a vantagem do democrata sobre o republicano caiu para a casa do um dígito."(...)

Por Andrew Quinn

Pensando bem... bastam apenas 30 segundos, para se arrependerem por quatro anos, se o povo americano votar no blefe que é Obama, um lobo vestido de cordeiro.
Depois?... não se queixem!
Temos o exemplo português. Deram a maioria e agora só ranho e lágrimas.O povo é quem mais ordena, então não é?
AGUENTEM!!!

Anónimo disse...

The beginning of the 21st Century ou A morte e a queda dos YUP*

Nos anos 80, as politicas dos EUA e do Reino Unido, foram responsáveis pelo surgimento de jovens licenciados muito ambiciosos, que provocaram a transformação das relações entre o individuo e a sociedade. Seguiu-se a diminuição dos gastos públicos nas politicas sociais, a queda do Muro de Berlim vem ajudar, e provocando a hegemonia de um capitalismo mais liberal e desregulado. (Governo de Cavaco Silva 1985-1995)

Esta ascenção do individualismo ao longo da década de 90 arrasta consigo o abandono dos valores tradicionais juntamente com uma excessiva valorização dos bens materiais. Talvez por este motivo surgem pensadores promunitórios, com novas teorias, tais como “O Principio do Dever”(1987), o dever da responsabilidade do individuo perante a comunidade, ou ainda "O Pêndulo de Foucault" (1988), manual para desmentir a historia àqueles que querem acreditar nela.
Nos EUA, com os democratas no poder de 1993-2001 a socialização dos empréstimos, de forma a democratizar e permitir o livre acesso aos bens materais toma proporções nunca vistas, aliada a uma sobrevalorização do “american dream”, materializada na compra da terra, de uma propriedade.
(Governo de Guterres 1995-2002)

“Democratiza-se” a vaidade e a necessidade de exibir “o sucesso”. No final de 2001, nos EUA dá-se o primeiro sinal, o mundo acorda de um torpor, tomam consciência da fragilidade do sistema, mas estes jovens yuppies já perto dos 40, alheios e sem consciência do passado, empurram para a frente, uma crise prevísivel.
A instabilidade do médio oriente faz disparar os preços do petróleo e acende o rastilho da crise financeira.
(Governo de Durão Barroso 2002-2004)

Esta crise financeira, apresenta-se-nos hoje como uma bola de neve, ela não surge nos anos Bush, a sua génese foi na era Clinton, foi com os democratas que se criou e iniciou a bola de neve, talvez os republicanos foram responsáveis por empurrar.
Por este motivo, não acredito que Obama possa ser a solução, não há dúvida de que é brilhante e inteligente, mas temo que o mundo ainda não esteja preparado (a eleição de Obama poderá acentuar graves conflitos no interior dos EUA; se errar qualquer critica estará inquinada, se acertar provocará um idêntico sentimento), a sorte deste, de Obama, é talvez o facto de McCain ser mais velho, e mais velho significa mais experiente, e no fundo só pode fazer um mandato devido à sua idade, por este motivo talvez seja a solução, a verdadeira transição.
Não podemos esquecer, de que as sondagens nos EUA, têm uma grande margem de erro, pois a diferença entre a realidade dos eleitores e votantes é bastante considerável. Veremos, os EUA são uma caixa de surpresas e sozinho perante o boletim de voto, perante o desconhecido, sabe-se lá.
Não podemos deixar que Obama, se torne um mito da modernidade, na exaltação de ser “moderno”, o factor de ser afro-americano veio ajudar, para uma elite oportunista, que usa e abusa dos media, que se tem promovido nas margens das minorias quando lhe convém, para se fazerem ouvir também quando convém. Quem tem coragem para dizer publicamente que não? Apoiado por uma pseudo elite intelectual, uma verdadeira esquerda caviar, que gosta de promover a diferença venha ela donde vier.
O problema é outro, na realidade a verdade, é como muito bem disse um professor americano, “Estamos perante um problema global, um problema local, um problema colectivo e um problema pessoal. Se não resolvermos este ultimo, nunca resolveremos os anteriores." Ou seja, a morte dos YUP e restabelecer os valores tradicionais da sociedade, com deveres morais e sociais, regulados pelo estado sem dúvida, na salvaguarda dos direitos e liberdades de cada um, mas em que cada individuo tem deveres para com a comunidade.

*YUP, expressão inglesa que significa "Young Urban Professional"

Anónimo disse...

Não esqueçam as grandes asneiras do Sr. Bush. Começando na guerra do Iraque totalmente encenada, custando a morte de muitos civis e muito dinheiro aos contribuintes americanos, terminando na grande crise económica em que a América e o Mundo estão mergulhados e em relação à qual os republicanos passivamente assistiram até à uns meses atrás. Não imputem as responsabilidades da crise a Clinton, pois foi com ele que os Americanos conheceram um dos grandes períodos de prosperidade económica e de projecção internacional. Não recorram a essa prática tão enraizada no nosso Portugal que consiste em culpar quem lá esteve antes de nós. Alguém conseguiu afastar Clinton da Casa Branca a troco de uma história de imprensa cor-de-rosa, como se algum de nós tivesse alguma coisa a ver com a vida pessoal e privada de quem governa ou de qualquer outro cidadão.

Com o devido respeito Dr. Pedro Santana Lopes, na altura em que vossa excelência era Primeiro Ministro relembro-me de ler nalguns tablóides que a sua prestação política, para o desempenho do cargo que lhe fora atribuído, estaria ameaçada por não ser um pai de família tradicional. Creio que ninguém tem nada a ver com a vida pessoal de ninguém e que a competência para exercer determinado cargo, não é função do facto da aliança que repousa num dedo ser respeitada ou não ou do facto dessa aliança existir ou não, ou ter existido mais do que uma vez. Não vamos misturar alhos com bugalhos.

“Não podemos deixar que Obama, se torne um mito da modernidade, na exaltação de ser “moderno”, o factor de ser afro-americano veio ajudar, para uma elite oportunista, que usa e abusa dos media (…)”

Os americanos não são lá muito inteligentes, já o provaram na reeleição de Bush, mas certamente não elegerão Obama por ser afro-americano.
Obama é o justo vencedor desta corrida e é o mais indicado para o cargo. Se não for eleito quem ficará a perder é o povo.
Os republicanos tiveram oito anos de governação, depois de uma eleição muito duvidosa, e não provaram que estão à altura do cargo. Não tentem colocar McCain num lugar para o qual não está vocacionado nem predestinado.

Inez Dentinho disse...

Como se mede a boa decisão eleitoral no «vai-vem» dos níveis das sondagens ditado por performances de fracção de segundo (língua de McCain)?
A revista Time desta semana chama à capa a importância do temperamento dos políticos na sua eleição e, depois, na acção concreta. Ainda distinguem temperamento de carácter, o que não é mau, mas reforça o clima de «sensações efémeras que determinam».
Neste sentido, puxam a título de outro artigo sobre o PM britânico a expressão: «Flash Gordon», como se um instante inspirador e/ou milacoloso tivesse ditado o plano de G. Browm.
A máxima de Chulchill: «Everyone has his day, and some days last longer than others» inicia o texto lançando a ideia de «um acaso consequente».
Ora agradecemos ao Senhor Brown apenas o facto de ter salvo a economia global. Não por estar na hora certa, no lugar certo. Mas por ser o homem certo que muitos tardaram em reconhecer.

Inez Dentinho disse...

Como se mede a boa decisão eleitoral no «vai-vem» dos níveis das sondagens ditado por performances de fracção de segundo (língua de McCain)?
A revista Time desta semana chama à capa a importância do temperamento dos políticos na sua eleição e, depois, na acção concreta. Ainda distingue temperamento de carácter, o que não é mau, mas reforça o clima de «sensações efémeras que determinam».
Neste sentido, puxa a título de outro artigo sobre o PM britânico a expressão: «Flash Gordon», como se um instante inspirador e/ou milaculoso tivesse ditado o plano de G. Browm.
A máxima de Chulchill: «Everyone has his day, and some days last longer than others» inicia o texto lançando a ideia de «um acaso consequente».
Ora agradecemos ao Senhor Brown apenas o facto de ter salvo a economia global. Não por estar na hora certa, no lugar certo. Mas por ser o homem certo que muitos tardaram em reconhecer.

RBJ Van der Styles Bing disse...

Caro Dr. Pedro Santana Lopes,

os meus mais sinceros cumprimentos a V/ Exa.
O presente comentário nada tem a ver com a mensagem postada pelo que não deverá ser publicado.
Estranho que o comentário que enviei a tal mensagem não se mostre publicado, devendo ter sido vetado, e como havia prometido a mim mesmo, ao primeiro sinal de veto, deixaria de frequentar o blogue de V/ Exa.
Foi um enorme prazer visitar o seu blogue, dado que o admiro enquanto político, acreditei no seu projecto e votei em si para primeiro ministro, comprei o seu livro e li-o, paguei as quotas em atraso no partido para votar em si nas últimas eleições, mas não se podem misturar as coisas. Comungo de parte das suas visões e opiniões, mas não percebo o porquê do veto! E como tal, dado que a culpa será minha, abster-me-ei da actividade de comentarista. A única coisa que me deixará feliz será se o veto representar um treino para Belém! As maiores felicidades!