sábado, 29 de dezembro de 2007

Equilíbrio e memória

A escolha de Fernando Faria de Oliveira vem na lógica da tradição da democracia portuguesa. O facto de se exigir que todos os cargos de relevo não sejam do Partido do Governo nãoo significa que seja algum "apparatchik" , alguém ligado aos "aparelhos" dos partidos. Rui Vilar e João Salgueiro, por exemplo, foram Presidentes da Caixa,nas duas últimas décadas, sendo, respectivamente, militante do P.S. e do P.S.D. Mas nunca foram homens de vida partidária intensa. Apesar de João Salgueiro se ter candidatado à liderança do partido contra Cavaco Silva, no Congresso da Figueira da Foz, em 1985. António de Sousa e Vitor Martins, que presidiram ao banco do Estado durante o Governo de Durão Barroso e o meu Governo, que saiba, são independentes, embora perto da área social- democrata. Mas todos são profissionais respeitados, com curricula incontestados. O mesmo aconteceria se fosse Miguel Cadilhe o escolhido.

Fernando Faria de Oliveira tem uma carreira profissional também destacada. Mais ligado à gestão pública, foi administrador do IPE e da TAP, entre outras entidades. Foi Ministro dos Governos de Cavaco Silva. Pertenceu já a diferentes órgãos partidários mas não é um homem de"aparelho". Nem pouco mais ou menos.

Aliás, sublinhe-se, uma vez mais, que em todo este processo, não são as pessoas que estão em causa. Quem eu conheço, como Carlos Santos Ferreira e também Armando Vara, para além do indigitado Presidente da Caixa, são pessoas de méritos reconhecidos. cada um em seu plano próprio. Mas mesmo o mais contestado, Armando Vara, do que oiço, e dos contactos que com ele já mantive, consegue sempre causar uma impressão muito positiva. No trato humano e na celeridade das respostas, sejam negativas ou positivas. Não são as pessoas que estão em causa. É toda a sequência de acontecimentos e significado político do seu conjunto. Só assim, aliás, se entende que, a propósito de uma hipotética lista de Miguel Cadilhe no B.C.P., se fale já em eventual disputa partidáfria. Aliás também, ainda há pouco na televisão, um insuspeito jornalista dizia que essa listateria poucas hipótese de surgir porque, a contecer, os seus promotores estariam a enfrentar o Poder (sic...).

Já agora, quanto ao CDS/PP e às acusações lançadas por causa dos equilíbrios defendidos pelo Presidente do PPD/PSD: será que o CDS tem memória?

6 comentários:

Anónimo disse...

Mas será que a gestão da Caixa Geral de Depósitos é assim tão importante para o “equilíbrio”?
O que estaria em causa caso o Governo decidisse escolher um gestor única e exclusivamente pela sua competência? A democracia estaria em causa se o presidente da Caixa não fosse uma pessoa próxima de PS ou PSD?
Não é complicado invocarmos o “equilíbrio” numa situação destas?

JCS

Anónimo disse...

Então e o BNU já ninguém se lembra ? ( ui, ui )

Ricardo Araújo disse...

Boa noite Dr. Pedro Santana Lopes, será que é necessária lógica democrática de dois partidos para tudo estar bem no nosso País? Se assim for o melhor é acabar com todos os outros partidos e não com os sete que querem acabar.

Todo este processo foi uma total vergonha para os órgãos do País a começar no Banco de Portugal, passando na C.M.V.M., Partido Socialista, Governo, Partido Social Democrático, enfim continuamos a ser o País do faz de conta onde tudo acontece por naturalidade conforme noticiou o Ministro das Finanças.

O Sr. Ministro afirma que nada teve a ver esta nomeação com a pressão feita pelo PSD, mas não deve ser verdade pela sua expressão de rosto aquando do anúncio do Eng. Faria de Oliveira, pois dava a entender algum mal estar.

Penso que no meio disto tudo o novo líder do PSD quis tirar protagonismo, mas não é assim que se faz, porque o máximo que conseguiu foi dar um tiro no próprio pé.

Espero que a paz enfim chegue a banca, pelo que já ouvi essa paz já se está a sentir pois o Dr. Rui Gomes da Silva já veio a terreiro congratular-se com tal decisão, o que leva a entender que não há mais problemas no nosso País e que a simples nomeação de um Social Democrata para a gestão da C.G.D., foi o fim de todos os problemas.

Penso que é tempo de começar a agir, pois o tempo urge e perante tantas asneiras do Governo não há ninguém neste País, que esteja a aproveitar esta situação para tirar proveito dela, fazendo uma coisa que os portugueses tanto querem, que é viver num País melhor, com qualidade de vida e não é ver estes tristes episódios a ver quem nomeia quem, e para onde nomeia, como se fosse uma disputa de peões num tabuleiro de xadrez.

Assim Dr. Santana Lopes, conforme vejo neste seu espaço, os portugueses esperam bastante de si, acho que é altura de V. Exa. não nos decepcionar, fazendo luta a este Governo e a estas politicas, pois só assim V. Exa. voltará ao auge politico nacional e se precisar de nós, aqui estaremos para o ajudar seja em que situação for, pois como disse anteriormente o tempo urge e a esperança dos portugueses de encontrar uma solução melhor do que a que tem também urge.

Um Grande abraço, cordialmente.
Ricardo Araújo.

Anónimo disse...

Sem ter encontrado neste seu blogue um local apropriado para o contactar, recorro a este espaço de comentário para o fazer.

Como actual líder parlamentar do Partido Social-Democrata sabe certamente a grande importância que os actos eleitorais do ano 2009 vão ter no futuro do partido. Após a eleição do Dr. Luís Filipe Menezes (que admiro e apoio), o PSD atravessa agora uma fase crítica da sua história. Crítica porque, em 2009, ou toma rumo ascendente na sua afirmação no plano da política nacional ou... cai terrivelmente não se erguendo talvez mais.

Isto para chegar ao ponto importante: a estratégia a seguir para as eleições que se aproximam. O país não está bem e, como você disse, parece andar doido. A taxa de desemprego atinge valores históricos, a segurança quotidiana não nos é assegurada, os salários não acompanham a subido do custo de vida e Portugal corre o risco de se tornar num país do 3º mundo camuflado nesta Europa que progride cada vez mais.
Numa altura em que o Governo de José Sócrates, bem como ele próprio, começa a perder credibilidade seria mais que oportuno o PSD mudar de estratégia. Desde o início da sua campanha, o Dr. Luís Filipe Menezes nunca contou com o apoio dos chamados «tubarões» do partido. No entanto, acho que está na altura de reforçar a liderança e a credibilidade do PSD atraindo essas pessoas para a «luta» que o partido atravessa. Certamente que não passaria de uma espécie de argumentum ad verecundiam, o chamado argumento da autoridade na lógica formal do discurso retórico. O povo precisa de saber que o PSD é uma alternativa forte e segura, uma alternativa capaz e credível, e para isso tem de contar com os melhores, porque só os melhores, os mais inteligentes, os mais capazes, podem tirar Portugal deste poço onde se afunda. É nesse contexto que acho que pessoas como Marcelo Rebelo de Sousa, Manuela Ferreira Leite, Nuno Morais Sarmento, etc…, que até podem nem gostar de Luís Filipe Menezes e Santana Lopes, mas que têm de os apoiar e pôr a sua ajuda ao serviço do partido, para um bem maior que é o do nosso país.
Tenho dito

Gostava de saber a sua opinião relativamente ao que aqui disse e compreendendo que não a queira expressar neste espaço, deixo o meu e-mail, esperando que tenha a disponibilidade para responder.

Com cumprimentos
Bom Ano Novo
Nuno Cardoso (16 anos, V.N. Gaia)

nfo.cardoso@gmail.com

Anónimo disse...

Ter-se-á o prezado blogger esquecido de que Joao Salgueiro foi o poderoso ministro de Estado e das Finanças de Balsemão?!?

Anónimo disse...

Desejo-lhe um FELIZ ANO DE 2008.Que Portugal acorde do marasmo. Que se levantem as vozes de Portugal e do seu povo.

Que os Autistas e as pessoas Diferentes em Portugal vejam cumprir as leis e sejam olhados como cidadãos de pleno direito, conforme consagrado na Constituição!

Viva Portugal!