segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Não obstante!...

Uma considerável interrupção, que não desejava, nestes escritos. Mas as razões, em boa parte, são públicas.

A propósito das eleições para o Grupo Parlamentar do PPD/PSD, quanto alguns fizeram, durante semanas, para que fosse outro o resultado. Quantas notícias sobre outros candidatos, sobre divisões, rejeições. Quantas garantias de que esta não era a solução desejada pela liderança do PPD/PSD e, como as palavras e os actos de Luís Filipe Menezes vieram demonstrar, que não havia qualquer oposição da sua parte. O que já disseram, o que já escreveram. E os factos vão desmentindo o que vão prevendo... Mas é assim! Um pouco de tudo se observa: os lugares onde as pessoas se sentam, os olhares que se trocam, quem diz ou não diz, quem fala ou não fala.

As pessoas que pensem no que leram e ouviram, nalguns espaços noticiosos ou de opinião, sobre
a quase certeza de outra solução para a liderança do Grupo Parlamentar. Falharam. E alguém se retratou por tanta desinformação? Ou os receptores primários das intrigas das "fontes", continuarão a acreditar?

No próprio dia da votação, notícias que foram dadas aos jornalistas, eram FALSAS. Ninguém pôs fosse quem fosse, por qualquer ordem, na lista dos Vice - Presidentes. Mesmo! Mas repetiram, para tentar confundir e desacreditar. Repito: FALSO. Por isso, desconfiem cada vez mais, das notícias.Infelizmente, não devo dar outro conselho.
P.S.- Durante semanas, não publiquei muitos comentários de apoio à minha candidatura à liderança do Grupo Parlamentar, para este espaço não ser acusado de ser um espaço de campanha. Nem um texto, dos muitos que chegaram com esse apoio - que agradeço -, foi publicado. Irei, agora, publicar alguns, a pouco e pouco.

2 comentários:

Eduardo Lara Alves disse...

Não obstante a seleção natural dos mais fortes, não estão acostumados a que seja possível aos mais fortes conviverem e rumarem no mesmo sentido.
Se é preciso ser bom para liderar um partido, é preciso ser bom para liderar uma bancada parlamentar e é preciso ser bom para ser cidadão.

Ricardo Campos disse...

CAMARATE!
Francisco Sá Carneiro desapareceu tinha eu um ano e meio de vida, e penso que devo ter começado a ser do PPD/PSD, quando ainda muito criança via em cima da secretária do meu pai, uma pequena estatueta de gesso e perguntava quem era aquele senhor.
Era uma estatueta de Francisco Sá Carneiro.
Já muito adolescente, e numa altura em que devorava livros sobre política, e tentei buscar pedaços da história que não tinha tido oportunidade de viver (principalmente o inicio dos anos 70, a revolução, o período que se seguiu até ao 25 de Novembro, e todo esse período sofro até aos governos do Prof. Cavaco Silva), fascinei-me com a personalidade, carácter e pensamento político do fundador do PPD.
Este fim-de-semana encontrei um livro antigo de Augusto Cid sobre Camarate, que desfolhei tendo lido partes desse trabalho, dei comigo a pensar, como é que tantos anos volvidos este terrível crime continua por julgar.
Tomei conhecimento através dos jornais, que José Sá Fernandes em nome das famílias das vítimas, pediu ao Governo e à Assembleia da República a procura de um local onde fosse reunido todo o espólio existente, criando assim um Museu sobre Camarate.
São dezenas de volumes de processos judiciais (já com documentos deteriorados devido às deficientes condições de arquivo do Tribunal de Loures), relatórios das comissões de inquérito, destroços do avião (que se encontram num hangar do aeroporto de Lisboa), filmes, radiografias das exumações.
Não compreendo, talvez até por falta de estudo do problema, por falta de acesso a mais elementos, também por falta de tempo ao qual uma vida profissional intensa e necessariamente compatibilizada com as funções de autarca não será alheia.
Volvidos todos estes anos e depois do desenvolvimento exponencial da ciência forense, depois do aparecimento de novos procedimentos e novas técnicas no estudo de acidentes de aviação, que fazem com que seja quase sempre possível esclarecer com grande minúcia as causas pelas quais os aviões caem, aparece uma pergunta:
- Porque é que não há investigações mais profundas sobre este capítulo, porque é que não vêem a Portugal grandes especialistas internacionais fazerem um trabalho profundo, minucioso, isento, coordenando disciplinas, visando conclusões que até hoje não apareceram.
Passou já muito tempo, mas talvez esse tempo nos tenha traduzido os mecanismos capazes de explicarem, o que verdadeiramente se passou na noite de 04 de Dezembro de 1980.
Para quando, o julgamento de Camarate ?

Ricardo Campos
ricardocampos79@gmail.com