Com a evolução do Mundo e a disponibilidade de combustíveis fósseis cada vez mais incertas, a autonomia neste sector, é uma questão estratégica relevante. Atente - se nomeadamente, no que se vai passando entre a Rússia e a União Europeia, no domínio do gás natural, face ao caminho trilhado pelo Presidente Putin que não abdica de valorizar, de maneiras bem diversas, a importância e o peso das suas reservas energéticas.
O Ministro da Economia, que parece estar mais cauteloso com o modo da comunicação, também, desta vez, merece realce pela importância do conteúdo. Assim, agora, se passe das palavras aos actos. Ou seja, às obras. E assim, também, o Governo ultrapasse o esquecimento incompreensível a que tem votado as PCHs, ou seja, passe a reconhecer a importância fundamental das mini-hídricas, que não têm, seguramente, os impactos que por vezes as grandes barragens, podem acarretar.
13 comentários:
Todos devem estar lembrados das “Famosas Figuras Rupestres de Foz Côa”, aquando da entrada do Eng.º Guterres para o Governo e do seu ministro do Ambiente, na altura, hoje Primeiro Ministro de Portugal, Eng.º José Sócrates.
Na altura já tinham sido investidos cerca de 50 milhões de euros na dita barragem, mas que foi suspensa pelo então Governo, porque as figuras “não sabiam nadar”.
No Jornal de Negócios, ( Fev/2007)tendo como director Camilo Lourenço, foi dito o seguinte:
Portugal descobiu que vale a pena explorar fontes de energia amigas do ambiente. Com destaque para a eólica e hidroeléctrica. No segundo caso, com o reforço da potência de barragens existentes e a construção de três novas. Óptimo: é chocante constatar que os dois últimos empreendimentos hidroeléctricos de nota (Aguieira e Lindoso – o Alqueva é uma reserva de água...) têm mais de 30 e 20 anos.
E que o aproveitamento dos recursos hídricos do país é de apenas 58%, contra 78% aqui ao lado e mais de 90% nos países nórdicos.
Mas construir barragens novas não é fácil. Não pela engenharia... nem pelo financiamento. Mas pelo habitual desfile de 1001 razões porque (ambientalmente ou por outros motivos, v.g. Foz Côa), não se podem criar albufeiras artificiais. Esta semana, o nº 2 do Ministério do Ambiente disse a este jornal que, se fosse hoje, Foz Côa iria para a frente.
Salve: um Governo liderado pelo homem que era secretário de Estado do Governo que suspendeu a barragem, reconhece que a decisão foi um disparate. Não sabemos se José Sócrates concorda. É provável que sim (a decisão de Guterres, na altura, não colheu unanimidade...). Agora Sócrates só precisa de convencer ambientalistas como Francisco Ferreira, da Quercus (que me disse nunca ter sido contra Foz Côa,), a fazerem campanha pela barragem.
Será que as figuras entretanto aprenderam a nadar?
Aqui fica o meu total acordo com esta notícia, pois como sabemos este tipo de investimento é o que de melhor se pode fazer.
Aqui só me apraz dizer que este é um blogue democrático, onde também se consegue ver as boas notícias deste pais, pois oposição não é o deitar sempre abaixo, é dizer bem quando esta bem, e fazer o contrário quando esta mal, falar verdade aos portugueses é um acto de coragem.
Mais uma vez os meus parabéns
Cordialmente
Ricardo Araújo
No mundo vive-se a saga pela energia desde a invasão do iraque que fez disparar o preço do crude!
Vivia-se com o crude a 20$ e hoje vive-se a 80$. Amanhã a 120 ou 150$.
Em portugal vivia-se com 1 carro para cada 5 familias e hoje vive-se com 2 carros para cada familia.
Os edificios que antes não tinham nem aquecimento nem arrefecimento, hoje têm-no.
O comercio antes fazia-se na rua e nas lojas de rua, hoje faz-se nos centros comerciais, onde se dispendeem enormes quantidades de energia.
O Consumo privado de energia aumentou muito nos últimos anos e particularmente nos Edificios e Habitações. Perante estes dados não seria politicamente viável tentar economizar energia, com uma rigorosa politica de reforçar o isolamento energetico dos Edificio ( fachadas, portas e janelas e telhados), novos e antigos, para que não se atinjam todos os anos recordes de consumo energético!
Porquê que o estado patrocina este desperdício energético, pagando à EDP , parte do custo do KWh.
Todos os estados, isentaram de IVA as obras de Isolamento nas habitações, por exemplo!
Não está aqui o Governo contribuindo para a desigualdade social, onde os grandes gastadores são nitidamente benificiados pelo subsidio do governo ao custo do KWh.
Agora vai investir em barragens. Pois bem ! para criar energia limpa! Para sair mais barato !
Não sei se será! Não se esqueça das centrais nucleares que existem em Espanha e em França!
A gente sabe que o governo está cada vez mais refém dos que dominam o capital e a energia, mas não era preciso tanto !
Eu, como muito portugueses , sinto-me perdido nesta lógica de grandes interesses economicos multinacionais que nos impõem uma nova sociedade feudal e esclavagista e vejo com alguma esperança a sua retoma politica e a ascenção do LFM. Vamos lá ver se não nos desiludem!
Vamos lá ver se não se tornarão em politicos , com outras multinacionais por detrás a apoia-los para concorrerem com as que o nosso engºSocrates está levando ao colo !
Em primeiro lugar, quero agradecer este espaço onde o contacto, mesmo sendo ele virtual, possa contribuir para uma aproximação mais directa a alguém que conhece por dentro a politica do nosso pais. Quanto á noticia, deveras devemos nos congratular com as boas noticias pois o povo português está muito sobrecarregado no peso que as facturas têm no seu orçamento familiar. No entanto o povo português também sabe que do falar ao concretizar vai um passo gigante e que pelo meio existem desvios financeiros...desculpe, derrapagens, impactos etc.etc. Veremos quanto tempo teremos que esperar, para que as 10 barragens fiquem concluidas, isto é atingir os 70% de aproveitamento hidroeléctrico. O certo será esperar até 2020, pois em antecipações somos dos últimos. Estamos sempre até á última para fazer seja o que for. Mas espero estar enganada. Cumprimentos.
Dr. Pedro Santana Lopes, fiquei muito admirada, por não ter respondido ao meu comentário, eu sei que sou uma cidadã anónima, uma mulher "normal" sem grandes conhecimentos para o seu nível, mas sempre imaginei de si, uma pessoa que se dá com "quase" todas as pessoas. Segui o seu percurso enquanto esteve na Câmara da Figueira da Foz, sei as obras que vez, que projectou, e que são criticadas por uns, amadas por outros. Vi como falava com as "peixeiras" como elas gostam de si, também conheço algumas, e sei o que hoje ainda sentem de saudade pelo que a Figueira poderia tornar-se, se o Sr. Dr. Pedro Santana Lopes ainda continuasse na Câmara. Eu sei que Lisboa é Lisboa, a capital, o "mundo", agora a região Centro engloba Lisboa. E Coimbra?? Terra de Doutores??? Não, Coimbra é a estagnação num mítico desejo de continuar a viver de lendas, a viver de saudades, a viver de tempos passados. Coimbra, Coimbra não, as suas gentes, os que habitam Coimbra, quer os fixos, quer os de passagem, que veem só tirar um curso, a mítica Universidade ainda mantém a vénia de ser a mais antiga e por isso a melhor. Já terá sido. Agora não passará de mitos, de um belo Edifício lá no alto, majestoso, que atraí turistas de todo o lado, mas isso não chega, e o ensino??? Esse continua velho como o Edificio. Direito, Medicina e pouco mais, mantém-se firmes nas suas convicções, na sua altivez, mas o mundo não vive disso. Onde estão as novas tecnologias??? As Engenharias, noutro extremo da cidade, em "caixotes", a Economia??? Com cadeiras que há muito estão ultrapassadas, Letras?? Com tantos Cursos, com o Tratado de Bolonha, para quê??? Para desempregados. Já temos que baste. Renasçam Coimbra. E aqui faço "jus" ao Dr. José Miguel Júcide, por ter deixado "entrar" uma lufada de ar fresco na Quinta das Lágrimas, que não deixa de ser um lugar mágico, com as suas lendas, o amor de Pedro e Inês, mas tem a mistura de um campo de golfe, de uma piscina, de um Spa, com todas as modernidades dentro da antiguidade. E o Choupal??? vai desaparecer, coitado já "encolheu" tanto que parece um sapalzinho. Por isso, quando lhe disse que concorresse para a Câmara de Coimbra, e falei no seu "charme" não foi com intenção maldosa, foi uma verdade, admirei-me muito não ter sequer feito uma pequena referência ao meu comentário. Não deixe que eu por não ser PSD tire conclusões erradas.
Uma boa tarde
Ana
E se a "rusga" da PSP ao Sindicato dos Professores tivesse tido lugar durante o seu governo? Xxxiiiiii, o que teria sido...
Afinal não estava errada a seu respeito, Dr. Pedro Santana Lopes, publicou um texto enorme, que escrevi, com pressa e "raiva" por ter ficado um pouquinho "zangada" consigo. Mas agora, não, o Sr. afinal, por muito que o critiquem, continua a ser o homem que dá a cara e que dá a voz, em forma de escrita, a anónimas como eu. Bem-haja. Hoje estou triste, morreu um amigo meu, não lhe vou novidade nenhuma pela morte do Fausto, quer dizer do Dr. Fausto Correia, um amigo, um querido, um "filho" de Coimbra. Foi com muita tristeza, que o soube, e foi também com bastante "raiva", quando há pouco tive que me deslocar à Faculdade e nenhuma bandeira estava a meia haste, é triste, morrem pessoas que nem de Coimbra são, tem o prestigio que o Dr. Fausto Correia TEM, e descem logo a bandeira e tocam os sinos, ao descer pela Áv. Sá da Bandeira, ao chegar ao Largo onde existe o Edifício da Câmara Municipal de Coimbra, as três bandeiras hasteadas. Isto é respeito????? Por muito que goste do Dr. Carlos Encarnação, que até somos amigos, vivemos 26 anos quase em frente um ao outro, é uma pessoa amiga, estou triste pela atitude dele, o Dr. Fausto não é da mesma cor política, mas é um homem que faz parte da cidade de Coimbra, era um honesto, um "porreirão" e desculpe a linguagem, mas é a maneira que vou lembra do Fausto para sempre.
Uma boa tarde para si Dr. Pedro Santana Lopes.
Ana Borges
Bem melhor "mini-hidricas" que obras "megalomanas"...
Até porque, com tais obras (mini), mais dificilmente se cai nas derrapagens das obras "máxi"...
Claro que, sem "projectos caros" (tipo 20% do custo de construção) e "trabalhos a mais" a condizer, os partidos não terão tantas fontes de financiamento...
Mas sim, tirando esse detalhe, o país deverá ficar grato pela opção do governo, e ainda pelo acordo com a Venezuela (enquanto o Chavez durar)...
Cumprimentos.
Eu à espera de reflexões novas, mas para já só houve licença para mudar o acento circunflexo para til?
Só hoje me apercebi de que já havia caixa de comentários. Aproveito para o felicitar pelo blog e enviar um abraço.
J. Calvário
Por compromissos profissionais, durante algum tempo não visitei o blogue do Dr. Pedro, aqui deixo uma reflexão que realizei no passado dia 26 sobre "A nossa Energia".
A NOSSA ENERGIA!
Onze anos depois de Foz Côa, o Governo anuncia a construção de dez novas barragens, uma medida fundamental.
Nos anos 40, com o cumprimento do Plano Nacional de Electrificação, foram construídas as nossas barragens, que fizeram da engenharia portuguesa a melhor na sua construção e monitorização.
O aproveitamento dos nossos rios caudalosos para gerar a energia necessária para o abastecimento energético do país, observou uma visão de futuro, que não mereceu nas gerações que se seguiram o acompanhamento devido, tendo Portugal entrado no século XXI aproveitando apenas 43% do seu potencial de geração de energia hídrica.
Hoje, os problemas multiplicaram-se em diversos planos.
Por um lado vimos aumentar a nossa factura energética dos 1520 milhões de euros em 1992 para 5220 milhões de euros em 2005, um aumento de 362,8% em dez anos (o valor do Aeroporto que precisamos de construir!), tendo em conta que 30% da energia produzida vem das barragens que hoje temos em funcionamento, facilmente concluímos que a inércia de muitos anos, impediu que não fosse aproveitado o enorme potencial que os nossos rios nos ofereciam.
A construção das novas barragens, irá reduzir a nossa necessidade de importar energia, sendo um esforço nacional que deve ser aplaudido, ainda mais tendo em conta que este tipo de intervenção não estará na agenda europeia, uma vez que os principais países exploram já os seus recursos.
Mas a concretização desta intervenção não é, infelizmente, o momento em que são resolvidos todos os nossos problemas energéticos.
A questão é mais profunda.
Com o desenvolvimento tecnológico, desenvolvemos novos padrões de vida, o modo como vivemos, as indústrias que construirmos, as máquinas que inventámos, fizeram com que em cada ano que passou nas últimas quatro décadas, o nosso consumo de energia tivesse aumentado em aproximadamente 5%.
O consumo de energia em Portugal é absorvido em 18% pela electricidade, 46% pelo calor e 36% pelos transportes.
Este quadro revela uma grande dependência do petróleo, que faz com que por cada dólar que aumenta o barril de crude, Portugal perca mais 204 milhões de euros por ano.
Importa aqui, tentar introduzir novas formas de produção de energia, as renováveis – com o objectivo de reduzir as emissões de Dióxido de Carbono (CO2) e a utilização das energias fósseis (também aqui podemos incluir o Gás, cujo fornecimento tem origem em apenas três países: Rússia, Argélia e Noruega – um aspecto muito importante também no quadro comunitário uma vez que a Europa Central depende muito da Rússia, que tem tentado manter a União Europeia como sua “refém” utilizando este recurso como arma.)
Outra das questões que deve ser considerada, é a eficiência energética dos nossos edifícios, uma vez que representam 60% da energia consumida no país.
O nosso parque habitacional cresceu mais de 80% nos últimos quarenta anos, e embora o RCCTE 1990 (Regulamento Térmico dos Edifícios) tenha trazido importantes melhorias, começando a exigir a utilização de isolamentos térmicos nas construções, nos últimos anos foi disseminada a utilização de novos equipamentos nos nossos edifícios, autênticos predadores de energia, utilizados para fazer a sua climatização.
Em 2006 entrou em vigor o novo RCCTE (embora nada abone a forma impreparada com foi aplicado, sem a necessária qualificação de técnicos e peritos), este veio obrigar a um conjunto de melhorias na construção dos novos edifícios, trazendo novas e pertinentes exigências, premiando os ganhos solares, a utilização de energias renováveis e aumentando o rigor na forma de efectuar os isolamentos; uma das exigências deste novo regulamento, é a utilização de painéis solares como fonte de energia, o que de facto era um lapso incrível.
Sendo um país com tanto Sol, apenas instalávamos por ano 20.000 m2 de painéis solares contra os 400.000 m2 da Grécia, e os 1.000.000 de m2 da Alemanha.
Com este novo regulamento, iremos melhorar estes números, pena é que as melhorias surjam apenas em 2008.
No entanto, muitos passos podem ainda ser dados, porque não estabelecer medidas que estimulem a micro-geração, como a promoção da colocação de painéis fotovoltaicos ou pequenas torres eólicas, que permitirão produzir a energia necessária para os edifícios, compensados também pelo pontual fornecimento de energia da rede.
No sector dos Transportes, porque não estimular mais a utilização de biocombustíveis ou dos veículos híbridos, através da concessão de benefícios fiscais ou apoios ao investimento.
Outra das oportunidades é o Eólico, somos um país também de vento, no entanto em Portugal existe apenas 7,7 % de penetração deste tipo de energia, contra os 9% de Espanha, também aqui há um caminho a trilhar.
Mas uma das questões que muito interesse nos deve suscitar, é o Projecto da Enersis na Póvoa de Varzim, o primeiro Parque Mundial de Aproveitamento de Ondas.
O Mar é uma questão que não pretendo desenvolver neste artigo, mas sucintamente posso perguntar-me a razão porque é que nós Portugueses, enevoados pelo necessária e fundamental construção Europeia, temo-nos esquecido da nossa vocação Atlântica e das nossas ligações com África e com a América (principalmente o Brasil e os Estados Unidos), parece que virámos as costas para aquele Mar para onde partimos à quinhentos anos, em descoberta de novas terras e horizontes.
Também na questão da energia o Mar é uma oportunidade, tendo em conta a nossa extensa faixa costeira, teremos mesmo de no futuro estudar com mais profundidade este projecto, podendo aqui termos uma vantagem diferenciadora relativamente a outros países.
O potencial de produção de energia ao nível das ondas do mar é da ordem dos 400 000 KW/m2, que confrontam com os 40 KW/m2 do Sol e os 400 KW/m2 da Eólica.
Estima-se que nos próximos 20 anos, a procura de energia suba 30%. E este é um elemento essencial que deve nortear o debate sobre as questões energéticas.
Embora esta seja uma questão planetária, que deve ser discutida no Mundo, não podemos nós deixarmos de a discutir numa escala mais local, até porque vimos nos últimos quinze anos a nossa emissão de CO2 per capita subir 50%, sendo já de todo impossível cumprir as metas do protocolo de Quioto para o período de 2008-2012.
É também por isso, que o estado deve repensar o seu papel.
Portugal nunca definiu concretamente uma política para o ambiente (onde esteja incluída naturalmente a questão da nossa energia), penso que é tempo de o fazermos.
A política de ambiente tem sido difusa, variando com os governos e mesmo com os ministros. Não se define um fio condutor, uma estratégia que dure uma geração, um dos governos do Eng. António Guterres chegou mesmo a separar o Ambiente do Ordenamento do Território.
Continua a residir em Portugal o velho obstáculo em criar de forma efectiva políticas de regime, que façam com que definitivamente deixemos de ser um país adiado e sem esperança.
E isso vale também para esta área, onde são conhecidas medidas avulsas, pouco relacionadas entre si.
É por isso tempo de enunciarmos uma equação, a da energia.
Ao resolvermos esta equação, temos de ter a capacidade de calcular incógnitas, como as condicionantes ao crescimento do PIB, a redução das emissões, a manutenção dos índices de qualidade de vida, a promoção da nossa competitividade.
É uma equação difícil, que exige lideranças fortes e um novo papel do estado.
Não se pode contar apenas com as empresas, é certo que o mercado deve assumir a sua função de motor das iniciativas, mas o estado deve regular e criar condições para que essas iniciativas aconteçam, deve dizer quais são as regras, quais são as orientações; até porque a produção de energia de fraco impacto ambiental revela também muitas oportunidades do ponto de vista económico.
Apostar cada vez mais na via fiscal para promover a utilização de tecnologia amiga do ambiente; definir programas que incentivem a realização de projectos que formalizem medidas concretas (acompanhando as indicações do QREN relativa aos ganhos ambientais); apostar também na promoção de bons exemplos nos investimentos efectuados directamente pelo estado (porque não seguir nos edifícios públicos a construir, o exemplo do INETI em que 75% da energia consumida é gasta no próprio edifício).
Estimular a poupança junto das pessoas é também importante, custa sempre muito menos poupar qualquer KW de energia do que produzi-lo.
Não podemos continuar a progredir, aumentando como tem acontecido até aqui, os consumos de energia.
O Aquecimento global, o cumprimento dos objectivos de Quioto, são para levar cada vez mais a sério. Começa a ser uma questão de futuro…
Caso a nossa equação não consiga ser resolvida, teremos mesmo de partir para a última hipótese, que a mim, muito me assusta.
Falo do Nuclear.
A energia atómica é limpa, não emite dióxido de carbono, e por isso a questão da emissão de gases com efeito de estufa deixa de ser colocada.
Não existe qualquer acidente grave conhecido no mundo ocidental, havendo já uma central nuclear em Espanha, a uma distância menor do nosso país que aquela que separa as cidades de Lisboa e Porto.
O Nuclear resolveria também a questão da nossa dependência energética, ainda mais tendo nós a matéria-prima urânio no nosso sub-solo.
Mas “tremo” ao pensar no Nuclear, mesmo sendo remota a possibilidade de um acidente, ainda há essa possibilidade, e os vestígios demoram milhares de anos a desaparecer.
Temos o dever de fazer tudo, antes de equacionar esta possibilidade.
As próximas gerações merecem esse nosso esforço.
Ricardo Nuno Seabra de Campos.
Cabanas de Viriato, 26 de Outubro de 2007.
Dr Santana Lopes
Penso que já terá mudado a sua opinião não própriamente em relação à necessidade de encontrar alternativas energéticas menos poluentes e "mais amigas do ambiente" como está na moda mas em relação às megalomanias, às grandes barragens.. inimigas do ambiente e à sua localização..
pois já conhecerá mais pormenores..
O MCLT... Movimento Cívico de defesa da Linha do Tua tem o prazer de o convidar a conhecer o vale do Rio Tua um dos mais maravilhosos do mundo, a linha do Tua uma das maiores obras de engenharia Nacional e mundial com as suas obras de arte.. tuneis, pontes , estações, com 120 anos completos em 2007 , e considerada pelos estrangeiros uma das mais bonitas e espetaculares do mundo,
as antiquíssimas Termas de Carlão e s. Lourenço famosas pelo seu efeito terapeutico comprovado, as vinhas que produzem há milhares de anos o melhor vinho do mundo a que muitos chamam Porto , os olivais famosos pela sua qualidade e... sobretudo os descendentes desses valorosos antepassados que com sangue , suor e antes partir que torcer os... TRANSMONTANOS
Seguirá igual convite para o Senhor Dr Luís Filipe Menezes
cumprimentos
mario carvalho
Bom dia.
Vejo com apreensão que se continua a chamar de «limpa» a energia eléctrica produzida a partir de barragens.
Vejo com pena que se continue a olhar para o lado do consumo e não da eficiência energética.
Vejo com pânico que se traga à baila Foz Côa como exemplo do que não se deve fazer (as gravuras, senhores, são Património Mundial da Humanidade - saberão o que «isso» significa?).
Vejo com pavor que há quem esteja a favor de água estagnada e com fortíssimos impactes ambientais negativos que podem chegar à erosão da nossa orla costeira (de que «ninguém» se lembra) sem qualquer reserva ou vontade de saber mais.
Vejo com tristeza que ao património que as águas das barragens engole silenciosamente ninguém dê valor!
Talvez desse mais trabalho, mas um «programa de barragens», como o anunciado, merecia ter sido produzido com mais transparência.
Consensos serão impossíveis, mas compromissos entre diferentes interesses podem-se «trabalhar».
Por um vale do Tua sem barragem (e sem fundamentalismos), me despeço com uma saudação especial ao Dr. Santana Lopes, de quem espero uma postura de diferenciação positiva, como sempre nos habituou.
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