Sentido texto de João Lobo Antunes,no Diário Económico deste fim - de - semana, sobre o encontro de Bento XVI com personalidades da Cultura.
Citando uma Académico Norte - Americano (Anthony Grafton, de Princeton), lembra que este Papa é o maior "scholar" que se sentou na cadeira de São Pedro, desde o Papa Inocêncio III, no século XII.
Lobo Antunes fala, igualmente, da encíclíca"Caritas in Veritate"- que eu também referi na minha intervenção,na RTP, quando da Missa no Terreiro do Paço -, considerando - a admirável.
A visita de Bento XVI fez muito bem a Portugal. E todos sentimos que o Papa ficou sensibilizado com a receptividade que encontrou, num momento que não era fácil para a Igreja.
3 comentários:
Quando aqui há uns anos vi uma entrevista com o Cardeal Ratzinger notei logo que estavamos em presença de uma grande inteligência pela forma rápida como dava as respostas.Numa pergunta quantos caminhos há para Deus, respondeu, tantos quantos os Homens.Tivemos oportunidade de ver e ouvir grande parte dos discursos, comprovando mais uma vez, que apesar dos seus 83 anos, são de uma beleza impressionante.Não fosse a sua classe, bem tinha caído em descrédito.O nosso Cavaco Silva andou 3 dias a apaparicá-lo e depois não foi capaz de cair de pé.
SEM SER DO CONTEXTO aproveito para lhe dizer que contactei com pessoas ligadas ao BE que me mostraram o seu desagrado com a aprovação da lei.Diziam - Aberração.
O mundo está a mudar?
E de que maneira!
Há alguns anos atrás Christopher Alexander (prof em Berkeley) e Jane Jacobs (Life and death of the great american cities) ao assistirem à desagregação social das comunidades (citadinas), partilhavam estas ideias.
Possivelmente a maior fraqueza da arte contemporânea nos dias de hoje, será o falhanço dos artistas na legitimidade dos seus actos próprios, na partilha dos canons de beleza universais que residem nos sentimentos do homem comum e na sua “memoria colectiva”. Actos que transmitam publicamente as suas experiências e aspirações, no profundo respeito dos valores da comunidade e com respeito pelo passado. Infelizmente a arte contemporânea segue por caminhos autocráticos, olham sobranceiros para o publico, apresentando e impondo uma visão e valores altamente idiossincráticos e especializados, sentem-se apoiados por “uma elite”, e vêm o homem comum como ignorantes, estes artistas egocêntricos exercem o seu poder, direitos e com autoridade politica, ignorando totalmente a opinião publica que legitimamente questionam os valores artísticos. Em vez de uma explicação ou justificação promovem uma imagem supostamente progressista, camuflada de “intelectual” que poucos ousam contrariar e que se encontra totalmente afastada do homem e do bem comum.
Faz então todo o sentido as palavras de Bento XVI, “…Este «conflito» entre a tradição e o presente exprime-se na crise da verdade, pois só esta pode orientar e traçar o rumo de uma existência realizada, como indivíduo e como povo. De facto, um povo, que deixa de saber qual é a sua verdade, fica perdido nos labirintos do tempo e da história, sem valores claramente definidos, sem objectivos grandiosos claramente enunciados…”, estas palavras do Santo Padre no CCB. Foram para mim uma bênção.
João Paulo II sabia que Bento XVI seria o único capaz de concluir a Sua Obra. Admirável clarividência!
Se é verdade que Inocêncio III (papa de 1198 a 1216)teve um papel preponderante sendo por muitos considerado o homem mais importante na europa de então, pois teve um papel político importante numa europa onde soube impor a doutrina como valores espirituais se sobrepõem ao poder temporal dos reis e imperadores. Será fundamental realçar o papel e o valor do papa português João XXI (papa de 1276 a 1277)apesar do seu curto pontificado empenhou-se na protecção da cultura, de espirito cientifico correspondia se com os seus mais ilustres contemporâneos e colega na Universidade de Paris dos três grandes da alta Escolástica de então (no fim da era medieval), Bacon (1214-1292) Magno (1193-1280) e Tomás de Aquino (1227-1274).
João XXI com politicas assertivas promoveu a paz entre a França e Castela, patrocinou a união dos cristãos do oriente e ocidente e preparou a reconquista de Jerusalém.
Apesar do seu breve pontificado é motivo de orgulho de todos os portugueses.
João Paulo II foi sem duvida um dos homens com maior influencia do século XX. O Papa Bento XVI tem a plena consciência da crise de valores em que o Homem de hoje vive. À sofreguidão progressista do Homem este Papa responde com uma sinceridade e simplicidade desconcertante ensinando o caminho, a todos.
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