quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Notas Breves-"The Blair years"

Para falar de leituras que se podem e devem recomendar, que densidade de informação sobre tanto tema, facto, reunião, personagem de relevo na história internacional de anos recentes, tem o livro "the Blair Years", de Alastair Campbell,(Hutchinson 2007). São uma sétima parte dos dois milhões, repito, dois milhões de palavras que Campbell escreveu no seu Diário, durante uma década, como Assessor de imprensa, Porta-voz, conselheiro de estratégia e confidente do ex- Primeiro - Ministro Britânico.
O livro tem o ritmo próprio de quem consegue ser fiel ao seu Diário em permanência. Não é fácil, como o próprio Campbell refere, ter espaço e tempo, no meio da tão absorvente azáfama daquelas funções, conseguir, quase todos os dias, escrever o que merece ser registado. Mas é possível, como sei, por experiência própria. Não em Diários, mas em notas de reuniões e de factos que importa reter. E sei-o, tendo-o conseguido em funções idênticas às de Blair, e não às de Campbell. Aliás, já muitos o conseguiram, embora poucos em Portugal.
Cada género, ou situação tem as suas características, como é natural.Fazer um Diário nos momentos livres, exige mais reflexão e talvez mais criação do que tomar notas ao mesmo tempo que decorrem reuniões ou conversas. Mas em ambos os casos se exige,naturalmente, um esforço significativo. Aqui o que importa mais é a recomendação, que faço, desde já, mesmo ainda estando com a leitura em curso. É História, História contemporânea, contada por quem a viveu por dentro. Ou, como se costuma dizer, "por dentro e por fora", pois Campbell era Jornalista quando Blair o convidou. E quem o é, mesmo que entre no Poder político, se for inteligente, como é o caso, nunca perde essa capacidade de analisar, como se estivesse de fora. Como se pode confirmar, quase a cada página deste sedutor livro. Oue está à venda em Portugal, o que, muitas vezes, não acontece com obras do género.